60. conversas perigosas

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_ E então, estou esperando Estevan. Do que Ametista irá se arrepender?- Philip se aproxima calmamente de nós, mas vejo chamas em seus olhos.

_ Nada que seja da sua conta. - Estevan toma coragem e enfrenta o irmão.

_ Tudo que se refere a Minha noiva, é da minha conta. Então a menos que você tenha uma boa desculpa para ameaçá-la, é melhor que saia daqui agora mesmo. - Philip é rude e direto, e eu me pego pensando se devo interferir. Não...

Estevan me olha com ódio e em seguida vai embora, o que o coloca na lista de pessoas dessa família que tenho que tomar cuidado. Acho que terei que fazer minha comida eu mesma, nunca se sabe quando alguém pode tentar te envenenar.

_ Você chegou cedo. - Falo com Philip que ainda segue o irmão com o olhar até que ele entre no castelo.

_ Eu não tive nenhuma conferência hoje. - Ele se aproxima, me dá um selinho e em seguida se senta ao meu lado. - E você, aprontou em minha ausência? - Ele sorri lindamente e meu fraco coração acelera.

_ Nao fiz nada de mais. Não há muito o que fazer sem você aqui. - Falo dando de ombros e preferindo não falar da conversa que ouvi no corredor.

Sei que deveria contar à ele, mas eu não tenho nenhuma prova contra a rainha e acusar a mãe de Philip sem provas e o mesmo que tentar enxugar gelo, é cansativo e você sabe que não te levará a lugar nenhum.

_ Eu te conheço o suficiente para saber que você não é o tipo de mulher que fica sem fazer nada.- Ele ri.

_ Tudo bem. Eu terminei de ler o meu livro, ajudei Nina a limpar os vidros do quarto, o que foi uma tarefa bem inútil já que os vidros estavam limpos, almocei com sua irmã e Ariel, impliquei com Diana até que ela saísse da mesa, liguei para o hospital, vim tomar sol....- Paro por um minuto fingindo pensar em mais alguma coisa.- Ah, e quase quebrei o braço do seu irmão. Acho que isso é tudo.

_ Você quase quebrou o braço do Estevan? - Ele pergunta com ar de riso.

_ De tudo que falei, você só ouviu isso?

_ Não, mas isso foi o que me chamou a atenção. Então foi por isso que ele estava te ameaçando. - Ele afirma - o que foi que Estevam fez?- Sinto a seriedade de sua voz.

_ Ele me viu aqui e veio com um papo estranho de que sabia por que você estava comigo. Ele estava claramente dando em cima de mim da forma mais tosca que eu ja vi, sério foi deprimente, e quando não deu certo, ele disse que eu deveria conhecê-lo melhor e que nós poderíamos ser amigos ou algo mais.

As feições de Philip se fecham e eu sei que se eu não o impedir ele fará uma besteira enorme.

_ Eu vou mata-lo. - Sua voz e grave e cheia de ódio.

_ Não! você não vai.- Eu seguro seu rosto e faço com que ele olhe em meus olhos.- Eu não sou uma donzela em perigo, muito menos uma moça indefesa. Sei me cuidar e seu irmão já entendeu que não pode chegar perto de mim.

_ Eu avisei a ele Ametista e mesmo assim ele veio atrás de você. - Sua voz ainda exala ódio e isso muito me preocupa.

_ Sua família não me tem em alta conta, a grande maioria acha que eu sou uma interesseira e seu irmão achou que fosse fácil conseguir alguma coisa comigo. Mas eu já deixei bem claro que eu não sou esse tipo de garota, e isso basta. Você não precisa começar uma guerra por isso Philip, eu te contei porque prometemos não guardar segredos um do outro e não para que você me defenda. Quero que me prometa, que não fará nada Philip. - Olho dentro de seus olhos por um longo tempo, até que ele respira fundo rendido.

_ Eu prometo.

_ Ótimo. - Eu sorrio e enlaço seu pescoço o trazendo para um beijo calmo.

_ Eca. - Escutamos uma voz infantil reclamar e então nos soltamos e olhamos junto para a menina de biquíni rosa com lacinhos à nossa frente. - Vocês fazem ideia de quantos germes tem na saliva de vocês? - ela pergunta indignada.

_ Geralmente nós não pensamos em germes quando estamos nos beijando. - Philip fala enquanto sorri para a irmã.

_ Mas deviam, porque são muito. - Ela fala seria, e Philip e eu caímos na gargalhada.

_ E então moça, trouxe a bola. - Falo assim que consigo parar de rir.

_ Está bem aqui.- Ela me mostra uma bola roxa com pequenas coroas douradas desenhadas e automaticamente eu me lembro do dia em que cheguei, e do objeto voador não identificado que estraçalhou um dos vasos ming da rainha.

_ Ótimo. Agora a pergunta do dia é, você sabe nadar? - Falo já me levantando e retirando minha saída de praia e os óculos.

_ Claro que eu sei.- Ela sorri.

_ Beleza, então a última a chegar na água e mulher do padre.

Saio correndo com ela atrás de mim e pulo na piscina ouvindo o som dela também se jogando logo em seguida.

Subo a superfície ouvindo as gargalhadas de Philip e as reclamações de Liliana e mesmo depois de tudo que ouvi hoje, me sinto extremamente feliz.


👑👑👑

**Não muito longe dali**

Ele observa pela janela a felicidade estampada no rosto do irmão e o ódio plantado em seu coração germina a inveja.

"Por que sempre ele"- Estevan pensava enquanto observava a sena patética a sua frente.

_ O que tanto te preocupa, meu filho? - Ele escuta a voz da mãe que ao ver seu menino pensativo e praticamente escondido entre as cortinas, resolveu saber o que se passava.

Ele se vira calmamente e de longe Amelia pode ver o estrago causado pelo soco certeiro levado pelo jovem.

_ O que aconteceu? - Ela corre em direção ao filho preocupada, mas ele se esquiva antes que possa ser alcançado.

_ Seu filho favorito, foi isso que aconteceu.- Sua voz retrata todos os anos de ressentimento reprimido.

_ O que você fez Estevan?- A pergunta da mãe só deixava ainda mais evidente para ele o favoritismo por um filho que nem de sangue era.

_ Por que sempre tem que ter sido eu a fazer alguma coisa. Por que Philip não pode ser o culpado?

_ Porque eu conheço vocês o suficiente para saber que seu irmão jamais faria algo assim sem que você tenha feito alguma coisa primeiro. - Amélia fala de maneira serena.

_ ELE NÃO É MAIS MEU IRMÃO. - Estevan grita liberando todo ódio reprimido por anos. -  ELE NOS ABANDONOU, NOS TROCOU POR AQUELA VAGABUNDA. - Seus gritos estridentes podem ser ouvidos a distância. - Agora ele volta, e todos o recebem de braços abertos, com honrarias e festa. Isso não é junto, não é.

Amélia anda calmamente até o filho e faz o que qualquer mãe em seu lugar faria. Ela o abraça apertado e da espaço para que as lágrimas que marejavam os olhos do filho, caiam livremente.

_ Estevan, quando você vai entender que a vida não é justa, seu irmão estar de volta é apenas um ganho para todos nós. Você não tem vocação para ser rei, seu emocional é frágil demais para esse cargo. - Suas palavras doces e serenas eram como o cantar dos anjos para as feras da floresta que se abrigavam dentro do Menino Homem que agora mais parecia uma criança nos braços da mãe. - Seu irmão é a peça chave para que tenhamos tudo que sempre sonhamos, você só precisa ter um pouco mais de paciência, logo tudo estará em seu devido lugar.

Uma princesa GG Donde viven las historias. Descúbrelo ahora