57. Briga de irmãos

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Acordo com o som de alguém batendo na porta.

Será possível que não se pode mais dormir nesse castelo.

Abro os olhos e o sol tímido da seus primeiros sinais de vida realçando de maneira vivida a beleza da mulher ao meu lado. Pensar em nossa noite de entrega e amor só me faz ter mais certeza ainda de que ela é a mulher certa. Em pensar que nos conhecemos a tão pouco tempo.... Mas para mim, parece que a conheço a vida inteira.

A porta continua sendo batida com insistência e Ametista começa a se mexer, provavelmente incomodada com o barulho, o que faz com que eu me levante aborrecido para saber quem é o ser inconveniente a vir nos acordar as seis da manhã.

Abro a porta e vejo meu irmão com cara de poucos amigos me olhar de cima a baixo.

_ Poderia ao menos ter colocado uma roupa.- Estevan fala revirando os olhos.

_ Sabe que horas são? O que quer aqui?- Pergunto rude, e sem me importar com sua constatação da minya nudez, que só não é total graças a minua cueca.

_ O rei está nos chamando em seu escritório agora mesmo e pelo tom dele, não parece ser coisa boa.- Estevan me olha nos olhos de maneira séria e eu respiro fundo para não socar a cara dele.

_ Estevan vamos deixar uma coisa bem clara aqui. Eu não devo mais obediência ao rei e não tenho que acatar suas vontades como um cachorrinho.- Olho para ele dos pés a cabeça deixando bem claro a quem me refiro. - Eu renunciei a tudo isso a anos atrás e se estou aqui hoje, é única e exclusivamente para o casamento de Elena e por consideração a nossa mãe e a Lily.

_ Sempre tão alto suficiente, não é. O filho rebelde, mas ainda assim o mais estimado. - Ele fala com ironia. - Você se acha bom de mais para essa família, sempre se achou e por isso largou tudo por uma meretriz. Pena que ela preferiu nosso pai a você.

Tento me controlar com todas as minhas forças para não fazer uma besteira, mas está muito difícil.

_ E essa agora, quanto tempo será que vai levar para perceber o quão fracassado e  quebrado você é, e ir atrás de alguém melhor.- Respiro fundo algumas vezes tentando ouvir a razão, mas está quase impossível.- Apesar de não ter berço, até que ela é bem bonita, será que devo investir. Eu como futuro rei de Genóvia preciso de uma boa concumbi....

Antes que ele possa terminar a frase, eu já o havia arremessado ao chão com um soco muito bem dado no meio do rosto. Ele me olha com ódio e eu vejo seu nariz jorrar sangue, o que não diminui em nada o ódio que emana de mim.

_ Se você ou qualquer outro ao menos pensar em chegar perto de Ametista, eu mato.- Rujo em sua direção e o vejo recuar um pouco por medo.- Estamos entendido Estevan?! - ele balança a cabeça em afirmação mas não é o suficiente.  - Me responda!Estamos estedidos!?

_ Sim! - Ele fala entre dentes e eu respiro fundo me acalmando.

_ Ótimo. E diga ao rei que se ele quiser falar comigo, ele sabe onde me encontrar.

Entro no quarto batendo a porta com força e trancando sem me importar com meu irmão lá fora ainda caído no chão. Apoio minha cabeça na porta e respiro fundo várias vezes para acalmar meus nervos que parecem querer me dominar. Todo meu corpo treme de ódio e várias lembranças ruins tentam me dominar levando minha sanidade ao limite.

Sinto braços me rodearem de maneira terna e sinto o corpo de Ametista junto ao meu me trazendo ao poucos de volta a realidade.

_ Vai ficar tudo bem. Eu estou aqui por você.- Ela sussurra de maneira tranquilizadora e aos poucos toda a tensão do meu corpo se esvai.

Me viro em sua direção e lhe abraço bem forte, tirando-a do chão e lhe dando um beijo apaixonado. Deixando que minha mente mais uma vez seja tomada por ela e somente ela.

_ Desculpe ter batido a porta, eu não queria acordar você.- Falo assim que nosso beijo chega ao fim.

_ Eu acordei quando você saiu da cama.- Ela admite enquanto me puxa de volta para o aconchego dos lençóis.- Eu ouvi sua discussão com Estevan.- Ela fala enquanto eu abraço sua cintura e apoio minha cabeça no vão entre seus seios.

_ Ru não sei o que deu nele Ami. Nós eramos amigos e agora parece que eu não conheço mais meu irmão. Ele parece uma cópia barata do crápula do meu pai e isso muito me preocupa, pois tenho medo de descubrir até onde vão essas semelhanças.

_ Não fica assim meu querido. Não é culpa sua.

_ Será mesmo Ami? Ele tinha quinze anos quando eu fui embora. Era só um adolescente descobrindo a vida e eu o abandonei a mercê de quem nunca teve a menor vocação para ser humano, que dirá pai.- Ponho para fora esse sentimento ruim que me assombra.

_ Olha para mim.- Ela pede e eu levanto meu rosto para olhar em seus olhos.- Estevan não é seu filho, assim como Lily não é filha de Elena. Não era sua a obrigação de ensina-los o que é certo e errado. Você e Elena fizeram suas escolhas apesar de não ter ninguém para orientá-los, Estevan teve a mesma oportunidade e se ele escolheu esse caminho, a culpa não é sua.

_ Você tem razão, mas saber disso não faz com que a tristeza diminua.

_ Ru sei que não meu amor, mas você terá que aprender a lidar com isso.- Ela se inclina em minha direção e me da um selinho demorado e isso trás de volta a luz para o meu dia.

_ Você é de mais sabia.- sorrio para ela.- Além de linda, inteligente, e honrada, você também é bastante sábia.

_ É, eu tento.

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