33. O anel

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Abro meu olhos assim que sinto o tremor do meu celular em baixo do travesseiro. Minha cabeça dói tanto que parece que bebi todas a noite passada.

Olho o visor do celular e percebo que se trata do meu despertador me avisando que chegou o grande dia.

Levanto da cama sentindo uma cólica maldita me incomodar assim como a dor de cabeça que parece ter substituído meus neurônios por pequenas facas a me cortar de fora para dentro.

Sigo para o banheiro e assim que tiro minha roupa, percebo o pequeno rastro de sangue em minha roupa intima. Era só o que me faltava.

Tomo um banho demorado, seguido de um comprimido para dor de cabeça e outro para cólica. Visto uma roupa confortável, ou seja, moletom e ténis, e prendo meu cabelo em um coque desajeitado, deixando de lado a maquiagem ou qualquer vontade de sair da cama.

Mando uma mensagem para Philip perguntando se ele pode ir me buscar no hospital, já que eu pretendo me despedir da minha mãe antes de ir, e sigo com minha mala para a sala.

Luna ainda esta dormindo e eu prefiro assim, toda a choradeira de ontem foi mais do que suficiente. Fala sério, são só três semanas, eu não estou me mudando para Génovia.

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Entro no táxi que está parado em frente a minha porta, e depois de socializar de maneira breve com o motorista, me mantenho em silêncio presa em meus próprios pensamentos.

Pensar no que estou prestes a fazer ainda me deixa enjoada como da primeira vez, mas eu não tenho como voltar a trás. Agora é tarde para lamúrias e eu só espero realmente que essas semanas passem logo.

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Bato na porta do quarto da minha mãe e assim que entro ela sorri amplamente para mim, o que acalma meu coração conturbado. Por ela tudo vale a pena.

_ Filha, que bom que veio.- Ela estende os braços para mim e eu sigo até ela recebendo um abraço de urso.

_ Eu vim me despedir mãe.- Falo me sentado na cama dela e olhando em seus olhos, agora tristes.

_ A que horas é o voo?- Ela pergunta.

_ As 9:00h, mas eu não queria ir sem sua bênção. Sei que você não aprova o que estou prestes a fazer, mas eu preciso saber que você não vai me odiar por isso.- Falo com a voz embargada pelo choro.

_ Eu jamais poderia te odiar. Eu amo você filha, não importa o que aconteça ou o que faça, isso não vai mudar.- Ela segura uma de minhas mãos. - Se é da minha bênção que você precisa para viajar em paz, Deus te abençoe minha menina, que ele guarde seus caminhos e cuide do seu coração.- Ela beija minha testa e nessa hora eu já estou em um mar de lágrimas.

Maldita TPM.

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Philip

Estaciono na garagem do hospital e mando uma mensagem para Ametista avisando que estou aqui. Penso mais uma vez na conversa que tive com sua mãe e um aperto em meu coração me avisa que algo não vai acabar bem nessa história. Espanto esse pensamento para longe e quase tenho um ataque quando, sem que eu esperasse, alguém da duas batidas no vidro.

Uma princesa GG Onde as histórias ganham vida. Descobre agora