Pouco antes do amanhecer, deixamos o quarto, encontrando Rilan saindo de seus aposentos. Abel vinha logo atrás dele e correu miando querendo voltar para a bolsa de Landriel, que sorriu ao gato e lhe estendeu a bolsa aberta, na qual ele pulou aninhando-se feliz.
Nem a porcaria do gato confiava em mim! Tinha certeza que ele fazia isso, porque achava mais seguro viajar com o elfo.
Andamos em silêncio até a passagem secreta que levaria ao subterrâneo, desconhecido até da família real de Trentis. Entramos na passagem e Landriel mandou um pulso de magia pelo corredor, virou-se informando que não usaríamos luz.
Enfeitiçou nossos olhos para que enxergássemos no escuro, explicou que a magia que mandou na frente além de alertar os guardiões de que éramos autorizados a estar lá, ainda encurtaria o caminho para algumas horas de caminhada, que se fosse normal levaríamos três dias para percorrer.
Quando começamos a andar simplesmente não aguentei mais o silêncio.
— Quantos anos vive um elfo? – indaguei, quebrando o silêncio.
— Isso varia de acordo com a companheira ou companheiro que escolhemos. Guandrian abriu mão de tudo para ser um guardião sagrado, passou pelos rituais sagrados do núcleo, portanto é imortal. Mas o resto de nós vive aproximadamente seis mil anos. Se não escolhermos dividir isso com companheiros de vidas mais curtas ou mais longas.
— Nossa! Vocês vivem tanto quanto os dragões! – me surpreendi – Espere! Elras não está no fim da vida. Por que então disse que vai ser coroado em cento e não sei quantos anos? – perguntei curiosa.
— Na verdade os reis têm que dedicar apenas metade de sua vida à coroa e suas responsabilidades. Meu pai já deixou muito claro que não vai se manter no trono um único dia além. Portanto eu que esteja preparado. – Landriel riu.
— Por quê? Falta tão pouco assim para Elras chegar à meia idade? – ri, não conseguia acreditar, o pai dele parecia estar na casa dos trinta anos, beirando os quarenta talvez.
— Cento e setenta e oito anos apena e todos os anos me lembra disso em contagem regressiva – ele riu – Então, terei uma década de apresentações e preparos específicos, depois começam os tormentos. – terminou suspirando.
— Por que os tormentos? – franzi a sobrancelhas.
— Não terei apenas a Cidade Negra para administrar e proteger, devo fazer isso com todas as nossas cidades de Havgard e nos outros continentes. – ele explicou.
— E os elfos, não têm que escolher rainhas de sua própria espécie? – interveio Rilan, curioso.
— Após esse período se escolhemos alguém, temos a apresentação de nossa companheira, que não precisa ser especificamente elfa. Nossos genes são fortes, portanto independente da espécie com a qual nos reproduzimos, o resultado é sempre o mesmo. Temos mestiços em todas as nossas cidades, com fadas, humanos, bruxos. E todos eles são tão elfos quanto eu.
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Feiticeira Dragão
Fantasy**OBRA CONCLUÍDA** Meu nome é Isis e sou uma feiticeira, com muitas histórias exageradas e assustadoras cercando meu nome e meu passado. Bem... Algumas nem tão exageradas assim. Ah! Qual é? Tenho dezenove anos e moro sozinha em uma cabana na Flores...