Capítulo 49

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Acordei na minha casa na Drácia, limpa, com uma camisola confortável e a primeira coisa que vi foi o rosto de minha mãe.

Naquele momento, soube que o rosto de Landriel em minha frente fora uma alucinação. Não sabia como fui parar em casa e viva, não fazia sentido, mas não conseguia pensar nisso. Vendo minha mãe sabia que acabou, então tudo que me sobrou foi dor e perda.

Lágrimas começaram a descer de meus olhos. Não acreditava que sobrevivi. Coloquei a mão direita sobre o ventre e senti meu bebê ali, vivo e seguro. Uma energia forte e maravilhosa, um contraponto bem vindo ao vazio que sentia dentro da minha alma. A única coisa que poderia me dar forças para manter os olhos abertos.

— Espero que esteja mais equilibrada e possa me ouvir e compreender o que vou dizer. – mamãe me disse séria.

— Estou. – garanti sem emoção.

— Você confiou demais em uma marca que não explicaram para você como funcionava e quase se matou porque sua confiança mentiu para você.

— Acho que me enganei, porque não estou conseguindo compreender o que diz. – voltei atrás, sem entender onde ela queria chegar.

— Quando Elora foi exilada havia levado para outro lugar cópias de diversos rolos de escritos sagrados. Entre eles, este foi copiado. – minha mãe me entregou um rolo de pergaminho, antiquíssimo. Era escuro de tão velho.

Abri o rolo e li o que dizia.

Não queria ter esperanças, não podia sofrer a dor que sofri de novo. Não precisaria me esgotar ou ser derrotada por outro bruxo como Ivar para morrer agora se nutrisse esperanças e elas fossem despedaçadas na sequência.

— Onde está o cajado? – procurei à volta meio louca, desviando os olhos do que acabara de ler.

Queria vasculhar toda Havgard. Agora precisava ver o corpo de Landriel para me convencer de que não deveria me entregar a vãs esperanças absurdas. Vi a flecha que se projetava de seu peito. O senti sendo arrancado de mim.

— Cumprindo seu papel. Colocando Havgard em ordem. Graças à sua escolha agora existem dois guardiões que podem empunhá-lo. – ela explicou calma para mim.

— Diga de uma vez.

— Isis, você ainda não quer se convencer, sei que está com medo de sentir toda a dor que sentiu de novo. Dor que foi imensuravelmente ampliada com as perdas de seus amigos e irmãos dragões na batalha. Toda Havgard sentiu sua dor quando projetou os escudos e transportou o perigo para longe de todos nós filha.

— Se não é vã esperança, onde ele está? – perguntei desanimada, com lágrimas descendo desobedientes por meu rosto e borrando minha visão. Ela tinha razão, não ia acreditar enquanto não o visse vivo ou morto. Enquanto não tocasse seu rosto com minhas mãos.

Feiticeira DragãoWhere stories live. Discover now