A Decima Primeira Carta

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Campos Verde, março de 2019

Querido Moabe, a beleza da vida está nas coisas simples.

Hoje na feira eu estava meio abatida, porque entrei no Facebook ontem e a mãe do Joel me mandou uma mensagem muito chata, dizendo umas coisas ainda mais chatas e me acusando de ser a culpada de tudo, mas eu não tenho culpa, Moabe, pelo menos é o que todo mundo diz.

E quero acreditar nisso.

Voltando a feira. Estava lá toda abatida, querendo apenas que acabasse logo e eu pudesse voltar para casa e usar a desculpa de estar com dor de cabeça para ficar trancada no meu quarto, quando uma menina de uns oito ou nove anos se aproximou da barraca em um momento que meus avós estavam longe comprando queijo e pediu uma abóbora e uma dúzia de ovos, assim que entreguei o seu troco ela sorriu e me disse:

-- Você parece tão triste, eu posso te abraçar? Minha mãe sempre diz que tudo melhora com abraços.

Eu sorri e fiquei comovida, nos abraçamos e ficamos uns minutos conversando, ela se chama Júlia e mora com a mãe e mais três irmãos em um condomínio novo ali no centro. No fim da nossa breve conversa disse que eu parecia um pouquinho melhor e que a mãe dela estava certa, abraços sempre ajudam. Eu tive vontade de chorar, Moabe, porque acho que era exatamente disso que estava precisando, um abraço, porém, como boa auto-sabotadora que sou, os evito a todo custo, porque um abraço geralmente vem acompanhado da frase que eu mais amo e odeio: você quer conversar?

Amo porque sim, quero conversar com as pessoas certas.

Odeio porque não sei quais são as pessoas certas.

Como eu já disse, minha família nem sempre é as pessoas certas e os poucos amigos que tenho a maioria deles tem, em sua maioria, visões muito diferentes de mundo da minha e esse conflito para mim é doloroso.

Vivo no meio de um redemoinho de emoções.

Voltando aos detalhes. Depois do meu encontro com a Júlia, meu dia melhorou um pouco. A tarde tive outro pequeno instante que gerou felicidade, saí para correr com Mozart (sim, correr, descobri que ele adora e me ajuda a não pensar) e no meio do percurso cruzamos com um trio de amigas fazendo um piquenique, eram adolescentes e não deveriam ter mais do que dezessete anos e ainda assim estavam recitando Mário Quintana, achei tão bonito que parei para observar, fiquei fingindo que brincava com Mozart enquanto as ouvia falar sobre a morte e ao fim descobri que não era apenas um recital, era uma discussão sobre as poesias do Quintana.

Achei isso tão o máximo.

Quantas adolescentes recitam e discutem poesia? Ainda mais poesia brasileira? Acho importantíssimo valorizar nossa produção cultural, principalmente a literária, até me aproximei e pedi para dar minha opinião, que é a mesma que a da mais eloquente da três amigas... Ter uma relação amigável com a morte, pois sabemos que ela existe e em algum momento nos buscará, quando temos essa percepção o medo de morrer diminui drasticamente. Beira o zero. Obviamente ninguém mentalmente sã quer morrer, mas ser amiga da morte nos faz perder o medo dela. Por exemplo, eu tinha muito medo de andar de moto, para mim, eu ia me machucar muito só de subir em uma moto parada, até o dia que andei de moto com o João Paulo e descobri que não ia me machucar, preciso ser prudente, mas sei que andar de moto não vai me machucar sempre, é a mesma coisa com a morte. Na minha concepção de cristã, tenho medo de morrer desconcertada com Jesus e ser condenada ao inferno, porém, não tenho medo da morte, entende? Morrer assim como andar de moto não é um problema, mas andar de moto sem capacete é, assim como morrer sem Jesus. Essa é a linha do meu raciocínio claramente influenciada pela minha criação cristã evangélica, porém, para alguns a morte é sim um problema da mesma forma que andar de moto também é.

E isso me leva ao terceiro detalhe do meu dia, há uns quarenta minutos estava falando com a Mimi e nossa conversa acabou caindo em música, um dos nossos temas preferidos. Ela falou que estava me mandando um link por email, eu não ia abrir porque já estava cansada, nos despedimos, subi para o meu quarto, deitei e percebi que estava com sede não tinha água no quarto e já que teria que descer para saciar minha sede aproveitei e levei o notebook junto. O link era uma música gospel maravilhosa, Aquieta Minh'alma do Ministério Zoe, foram sete minutos onde fui grandemente tocada e realmente me fez pensar que talvez eu ainda tenha uma solução.

Talvez eu não esteja sozinha no deserto, porque são os pequenos detalhes que fazem a diferença.

Com amor,

Laura.

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Surpresa!

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Surpresa!

Hoje no universo das minhas histórias é o dia do não-aniversário da Aslam (personagem de Lolla&Rebeka) e na minha cabeça seria a data de lançamento de Todas as Cores do Infinito (onde ela é protagonista), entretanto, eu estava errada. Não será o lançamento dessa história que amo tanto... Ai estava escrevendo um capítulo aqui de CAM quando pensei e se eu publicar um capítulo hoje invés de domingo? Gostei da ideia e capítulo entregue...

Inclusive deixei lá cima Aquieta Minh'alma, recomendo. Muito.

Era só isso mesmo, pessoal!

Imitando a @renatavwrites se você chegou até aqui não esquece a estrelinha e deixa um comentariozinho dizendo o que tá achando da Laura. (aproveitando que marquei a Re, ela tá com uma história nova muito amorzinho, Peixe Fora D'água. Vão lá conferir!)

Beijos e chocolates,

Juliane Patrícia, 10/05/2018

[CONCLUÍDO] CARTAS À MOABE - O Encontro de Uma Mulher Com Seu DeusWhere stories live. Discover now