A Trigésima Quinta Carta

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Campos Verde, julho de 2019

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Campos Verde, julho de 2019

Sem nenhuma surpresa, Moabe, eu não passei no programa de intercâmbio da Fundação Lolla. 

Eu não estou decepcionada, acho que eu já sabia desde o início que esse programa não era para mim, mas recebi um email da fundadora e presidente da Fundação dizendo que tenho perfil para o novíssimo programa de graduação internacional em parceria com as Universidade de Tehra, de Barcelona, do Porto e a de Bristol e abrirá inscrições em setembro. Os alunos selecionados terão uma licenciatura completamente custeada em uma dessas Universidades; incluindo uma bolsa mensal de valor ainda não definido para despesas básicas. Os requisitos são: fluência no idioma local (e eu sou fluente tanto em espanhol como em inglês), ter entre dezoito e vinte e cinco anos, não ter vícios (há todo um capítulo sobre os malefícios de um vício para a vida acadêmica), ter ensino médio completo (óbvio), ter disponibilidade de participar do programa de férias da Fundação entre dezembro e janeiro voluntariamente (eles disponibilizam dormitórios e alimentação). Tem outros como não ter nenhum beneficiário de projetos similares na família de primeiro grau ou não ser da família de nenhum dos membros do comitê avaliativo e muitos outros, mas o que importa são esses e eu realmente me encaixo neles. Tirando a parte da disponibilidade de passar quarenta e cinco dias em Aliança, mas posso pegar férias da Toy Games e juntar com o recesso de natal, supondo que ainda vou ter um emprego para chamar de meu.

Realmente fiquei empolgada com a possibilidade de estudar fora. Eu só fico me perguntando o que eu quero estudar, ainda mais uma licenciatura. Já falei com minha mãe e meu pai, com Ruth e principalmente com Deus, as três pessoas me incentivaram a me inscrever, porque se inscrever não custa nada literalmente falando, e Deus permanece em silêncio, apenas ouviu. Eu disse que se for a vontade dEle que ele coloque o curso no meu coração e abra os caminhos, mas que se não for que não me deixe ficar triste.

Moabe, eu me esqueci de contar! 

Depois de quatro anos fora da igreja e se dizendo agnóstica, Ruth não apenas voltou como está se preparando para o Grande Batismo em setembro. O pastor perguntou se ela tinha certeza da decisão de batizar, afinal, voltou agora, está emocionalmente abalada e tal… A resposta dela? 

-- Levantar minha mão foi uma decisão séria, pastor. Me batizar apenas afirma isso e eu quero me batizar para ter uma verdadeira comunhão com Cristo, percebi que não sou absolutamente nada sem Ele, sou vaso e Deus o Oleiro Perfeito. 

Eu  fiquei arrepiada na hora e fiquei arrepiada de novo ao escrever. A Ruth que conheci minha vida inteira morreu naquele acidente e essa nova pessoa é alguém tão admirável que às vezes me espanta. Ela tem se mostrada uma mãe inacreditável, não apenas uma mulher orgulhosa da filha, mas uma mãe mesmo. Entende? Tem demonstrado um temor a Deus sem igual, tanto que ontem ela esteve aqui e conheceu o Lucas (que agora que está de férias do serviço faz parte do grupo de visitas) e até ele, um enorme referencial de fé (longuíssima história, mas em resumo, Lucas tinha tudo para desistir, ao invés disso preferiu acreditar que Deus iria socorrê-lo), e minha mãe estão admirados da enorme fé dela.

Enfim, Moabe, a prima que há um ano eu evitava mais do que qualquer coisa, hoje é um enorme motivo de orgulho e inspiração para mim. 

A vida é surpreendente, Moabe.

Com amor,
Laura

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Oie! É oficial, eu terminei Cartas à Moabe! Será que seguro a ansiedade de publicar um cap a cada dois dias?

Não esquece a estrelinha, hein ;)

Beijos e chocolates,
Juliane Patrícia, 03/10/2019

[CONCLUÍDO] CARTAS À MOABE - O Encontro de Uma Mulher Com Seu DeusWhere stories live. Discover now