Capítulo 2 - Brincando com fogo

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Londres, Inglaterra

Julho de 2018

Amber

Pela semana seguinte, eu e minha sócia Diana saímos em busca da loja ideal para nossa cafeteria. Sem tempo durante o dia, passei a levar Jackie para passear à noite, desencontrando de Henry em seus passeios matinais com Kal.

Saindo com o carro da garagem depois de alguns dias, o avistei correndo pela rua. Dessa vez trocou os chinelos pelos tênis e estava sem o cachorro. Quando Henry me viu no volante, diminuiu o passo até parar e abaixei o vidro para cumprimentá-lo.

- Bom dia! - Que delícia de sotaque! - não tenho visto você ultimamente. - falou com sua respiração ainda ofegante.

O suor que marcava a camiseta mostrava que estava provavelmente se exercitando pela última hora.

- Sim, precisei mudar meus horários. O projeto da cafeteria está bem encaminhado. Já temos uma loja!

- Que boa notícia! Estava pensando se, de repente, poderíamos sair para conversar um pouco sem os nossos amigos de quatro patas.

Naquele dia, eu tinha tanta coisa para fazer. Reuniões, levantamento de orçamentos para obra, compra de maquinário e móveis. Diante do convite, calculei que chegaria em casa tarde. Não gostaria de ir para nosso primeiro encontro como figurante de The Walking Dead. Achei que seria uma boa ideia combinarmos para sábado à noite.

Passei lentamente cabide por cabide para acabar escolhendo um vestido preto com bordado floral e colorido desde o decote até a bainha. Uma peça que não mostrava muito, mas que poderia despertar interesse, valorizando o que mais gostava em mim: o colo e a cintura. Henry parecia despreocupado ao se vestir, então imaginei que, para aquela ocasião, não iria vestir nada formal. Antes que tocasse a campainha, eu dei a última conferida no espelho, borrifei perfume no pescoço e fiz uma bruma da fragrância sobre a cabeça também.

Minha mente não ousava imaginar uma forma de Henry aparecer mais bonito bem diante da minha porta, me esperando com um sorriso e uma das mãos no bolso. Era a primeira vez que via seu cabelo penteado para trás, já que sempre que o encontrava, estava usando boné. Sua camisa xadrez tinha os dois primeiros botões abertos e as mangas dobradas até o cotovelo. Não sei se ele percebeu, mas tenho quase certeza que deixei ligeiramente o queixo cair.

- Olá! Só preciso pegar a bolsa. Um minuto!

Quando voltei, ele tinha um elogio pronto na ponta da língua.

- Você está muito bonita. - Dando ênfase ao "muito", o que fez meu rosto inteiro queimar de vergonha.

- Obrigada. Peguei o primeiro vestido que encontrei. - Mentira, Amber!

- Está incrível. Vamos?

Henry nos conduziu em seu carro até um aconchegante e antigo restaurante de cozinha mediterrânea da cidade.

- É lindo aqui! - falei, olhando os lustres pendurados no teto. - Parece que estamos em outra época.

- Espero que goste de cozinha mediterrânea. Eu deveria ter perguntado antes, não? Desculpe. - disse ele, se escondendo atrás do cardápio.

- Você está brincando? É uma das minhas preferidas.

- Que bom. Nós temos ótimas opções aqui.

Demos uma olhada no menu e eu não parava de repetir para mim mesma: meu Deus!

- O que gostaria de beber? - antecipou-se ao ver que o atendente se aproximava.

Thanks, KalOnde as histórias ganham vida. Descobre agora