Capítulo 26 - Meu calcanhar de Aquiles

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Amber

Kensington

Pessoas vinham conhecer o café ao passear pelas ruas do bairro e nos tornamos um ponto de referência. Fizemos parceria com blogueiras de lifestyle e contratamos uma agência de marketing. O investimento trouxe resultados positivos e nos deu a oportunidade de desenvolver o projeto para a segunda loja em menos de um ano da inauguração da Royal Cups & Books.

Eu e Diana nos preparamos antes de abrir a loja naquele dia, alinhando nossas respostas de acordo com as perguntas enviadas com antecedência através de email por uma revista de negócios que faria uma matéria conosco sobre empreendedorismo feminino.

- Amber, você veio do ramo de tecnologia. Como acha que sua experiência agrega no ramo de alimentação? - perguntou Kristin, a repórter.

- Bem, estudei bastante esse mercado antes de me aventurar nele. A minha experiência em gestão agrega muito ao negócio, eu acredito, e Diana tem vasto conhecimento no produto que é o nosso carro chefe, o café. Então, nossa parceria tem muito para dar certo. - respondi.

- Foi difícil para você, Amber, deixar seu país e uma carreira estável para tentar algo novo?

- Foi um desafio, sem dúvidas, mas que não foi cumprido da noite para o dia. Conversamos e fiz um pesquisa cerca de um ano antes de pedir demissão e me mudar pra cá. - eu disse.

- Vocês enfrentaram algum outro desafio pessoal em favor do negócio nesse período inicial? Menos tempo com a família? Do namorado? - perguntou a repórter.

Eu fiquei intrigada com a pergunta sobre o namorado. Percebendo meu estranhamento, Diana se antecipou em responder.

- Temos tido o apoio necessário para conseguir equilibrar trabalho e vida pessoal.

- Certo. - disse Kristen reticente e insistiu em fazer perguntas diretamente para mim. - Nós sabemos que você namora um ator famoso, Amber, que está na tevê com uma série de sucesso. Você acredita que essa visibilidade tenha gerado curiosidade no público para conhecer mais do que você faz?

Diana, novamente interviu.

- Não que tenhamos percebido. Não tem nenhuma celebridade aqui. - Diana riu, nervosa. - O movimento na loja tem sido intenso, com público de todas as idades, então não acredito que esteja relacionado a essa curiosidade.

- Temos feito um trabalho importante para aumentar a visibilidade do café na cidade, em meio a tantos concorrentes. Não tiraria proveito de algo que faz parte da minha vida pessoal para interferir no trabalho, ainda que positivamente. Existem outros meios de fazer sucesso por mérito próprio. - respondi, em tom objetivo.

Assim que a entrevista terminou e ficamos somente Diana e eu, ela comentou.

- Eu achei que você ia pular no pescoço da mulher, quando ela insinuou sobre seu namorado.

- Você viu aquilo? Que pergunta mais inadequada! Nem houve menção disso na troca de e-mails.

- Essa tal curiosidade devia ser dela mesma. - Diana acrescentou.

- Capaz, viu! A gente trabalha sério e a pessoa presume que estamos tirando vantagem da fama de alguém. Pelo amor de Deus!

- Mudando de assunto, você não me contou como estão as coisas entre vocês. Paris e tudo mais. - disse Diana, com um sorriso atrevido.

- Claro, imagina! As coisas estão sendo tão corridas aqui no trabalho, que está faltando tempo pra colocarmos o assunto em dia.

- Pode começar. - ela disse, debruçando sobre a mesa da nossa pequena sala, nos fundos do café.

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