Capítulo 28 - Mykonos (parte 1)

640 72 36
                                    

Amber

Mykonos, Grécia

A equipe que nos acompanharia na viagem nos aguardava na sala VIP do aeroporto Heathrow, em Londres. Lauren, Henry e eu caminhamos apressadamente pelo saguão para encontrar o guichê da companhia aérea. O voo fretado estava reservado para nós, mas não significava que podíamos chegar tão atrasados. Não haveria trânsito àquela hora da noite, se não tivesse acontecido um enorme acidente, envolvendo vários carros na Ellesmere Rd. Depois que passamos pelo local, Lauren entrou em contato com o coordenador de mídia da campanha, para avisar sobre o imprevisto.

Quando finalmente embarcamos, pudemos relaxar. Henry segurou minha mão sobre o descanso que dividia nossos assentos.

- Está tudo bem? - Ele deve ter notado o quanto eu observava a movimentação daquelas pessoas a quem eu tinha acabado de ser apresentada.

Respondi com um sorriso e um aceno de cabeça.

- Que loucura! Se fosse um voo regular, ficaríamos para trás. - ele comentou, com um sorriso permanente no rosto.

- Com certeza! Em minha viagem de mudança de L.A. para Londres, quase fiquei para trás, também devido a um acidente. Corria esbaforida pela sala de embarque, quando ouvi chamar meu nome no sistema de comunicação do aeroporto. - contei.

- Com licença, senhores. Gostariam de beber alguma coisa? Chá, café, uísque, champanhe? - a comissária de bordo, elegantemente vestida nos interrompeu.

- Água para mim, por favor. - respondi.

- Esse é um voo longo. Uísque vai me ajudar a dormir. - Henry disse.

- Certo. Volto já com suas bebidas. Com licença.

A moça saiu pontilhando o carpete com os saltos finos de seus sapatos, pelo corredor estreito do jato, até sumir atrás de uma porta.

Os pés da poltrona levantavam sob meu comando e eu aproveitava o conforto daquele assento todo equipado para me aconchegar ainda mais, com a cabeça recostada no ombro de Henry. Ele também se acomodou, apoiando a cabeça na minha.

- Precisa de mais que um uísque para te derrubar, amor. - eu disse.

- Por que diz isso? - perguntou, intrigado.

- Lembra daquela vez que saímos para um pub crawl? A bebida era diferente, mas ainda assim era álcool. E você foi super durão a noite toda, enquanto eu tentava me manter de pé em um salto, após tantas paradas.

- Você está enganada. Bebi bastante naquela noite. A ponto de, inclusive, te agarrar dentro do táxi, como estivéssemos sozinhos. - ele lembrou.

- Está dizendo que me beijou só porque tinha bebido demais? - fingi estar ofendida.

- Sim! Mesmo que eu quisesse muito e tivesse imaginado fazer aquilo todas as vezes que te encontrava, a bebida deu um empurrãozinho. E você sabe bem disso! - afirmou.

- Sei?

Henry chegou mais perto para falar em meu ouvido.

- Todo aquele vinho na nossa primeira noite? Você acha que não percebi?

A onda de arrepio do pescoço até o meu braço, causado pela voz e hálito quente de Henry em meu ouvido, era completamente inadequada, considerando a quantidade de pessoas naquele voo. Atiçava involuntariamente áreas que eu não pretendia explorar naquele momento. O teor da conversa de modo algum ajudava a aquietar meus pensamentos.

- Você sempre me deixava esperando mais. Eu queria ter certeza de que a gente ia finalmente... - soltei um pigarro - você sabe o quê.

- Água, senhora? - disse a comissária.

Thanks, KalOnde as histórias ganham vida. Descobre agora