Capítulo 11 - Como uma rainha

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Amber

Um som diferente do habitual me despertava aos poucos naquela manhã de outono. Abri os olhos percebendo o novo cenário e tentando me localizar. Tudo estava tranquilo, podia ser ouvido o canto dos pássaros e da janela se avistava a paisagem de folhas amarelas e vermelhas características da estação. A claridade incomodava um pouco e me fazia perceber uma leve dor de cabeça causada pela mistura de bebidas que havia ingerido na noite anterior. O casamento. Henry.

Quando me lembrei de tudo, olhei por baixo do edredom e me vi nua com uma das mãos de Henry descansando no meio das minhas costas, que só percebi por ter tentado me mexer. Ele deu um longo suspiro, mas ainda parecia estar dormindo profundamente.

Fiquei um tempo estudando seus traços, aproveitando seu sono e aquela tranquilidade. Peguei-me rindo sozinha ao lembrar os nossos momentos na noite anterior, ou pelo menos do que conseguia me lembrar. O peso de sua mão sobre mim era uma das pistas para reconstituir aquela memória.

Henry começou a despertar e me puxou para mais perto. Ainda com os olhos fechados, deu um grunhido preguiçoso. Pouco a pouco passei a ponta dos dedos pelo seu rosto, desenhando suas sobrancelhas, suas pálpebras, o desenho da sua boca. Henry franziu o nariz quando desenhei seus lábios e abriu os olhos, segurando minha mão para beijar minhas digitais, uma por uma.

- Bom dia. - eu disse.

- O melhor é ter você como a primeira coisa que vejo ao abrir os olhos. - sua voz matinal, ainda que rouca e falhada, vibrava em mim.

- Dormiu bem? - perguntei.

- Claro que sim. Olha só nós dois aqui.

Ele olhou para o mínimo espaço entre nós por debaixo das cobertas, induzindo-me a fazer o mesmo.

- Parece que você já está acordado faz tempo, inclusive. - comentei provocando-o.

- Eu estava aqui... - começou a me beijar e me trazer pra mais perto, acolhendo-me em um abraço - dormindo, sossegado e você vem me acordar... querendo alguma coisa? Hmm?

Seu nariz tocava meu pescoço procurando meu perfume e me causava arrepios. Agora estava presa em seu abraço e sem intenção alguma de me livrar dele.

- Pensei que seria uma boa ideia repetir o que fizemos ontem à noite, exceto pelas bebidas, que me deram uma bela dor de cabeça.

Ele se ergueu para perguntar.

- Ainda dói? Quer que eu faça alguma coisa?

- Quero. Só me faça esquecer, me distraia com outra coisa. - respondi preguiçosa.

- Assim?

A surpresa do seu toque passeando pelo meu abdômen me fez prender a respiração e esperar que continuasse seu trajeto. Parece que todo o meu corpo ficou na expectativa e suspirei de alívio quando ele fez exatamente o que era esperado.

- Parece uma ótima ideia. - respondi.

Escondi meu rosto no travesseiro em reação ao seu toque e senti de imediato sua outra mão subindo pelo meu pescoço e trazendo meu rosto para que ele beijasse. Ao poucos seus beijos se aproximaram da minha boca e Henry parou para falar o que sentiu quando foi embora na nossa primeira noite juntos.

- Se eu soubesse que era tão bom acordar com você ao meu lado de manhã, não teria fugido.

Diante da confissão, interrompi nossa intimidade para virar e perguntar olhando em seus olhos.

- O que? Por que fugiu? O que tem de tão assustador nisso?

- Eu não sei. Eu... Eu não esperava me envolver assim e achei que poderia evitar. - disse.

Coloquei a mão em seu rosto e fiz que continuasse olhando para mim. Seus olhos no tom de azul mais claro que eu já tinha visto até aquele momento.

- Ei! Acho que nenhum de nós estava pronto para isso e está tudo bem. Honestamente, não sei o que é certo fazer, nem sei onde vamos chegar, mas você foi uma surpresa tão boa pra mim. Não quero abrir mão disso. - falei.

- Eu sinto que ficar com você é o certo a se fazer agora. Eu só não sei dizer onde...

- Shh! Não precisa dizer. - coloquei o dedo sobre sua boca para impedi-lo de continuar falando - Eu também não sei o que vai ser. Por que não tentamos descobrir?

- Podemos começar agora? - ele brincou para mudar o tom sério.

Rolou para o lado colocando o corpo em cima do meu e apoiando seu peso sobre os braços.Entendendo seus sinais, minhas áreas mais sensíveis despertavam para recebê-lo, mas Henry não me atenderia como eu estava esperando tão rápido. Depois de alguns beijos, minha mão desceu por suas costas pressionando-o contra mim na intenção de sentir sua espetacular animação matinal. Com seus lábios pressionados contra os meus, ele riu.

- Ainda não.

- Henry, não me faça pedir.

- E se eu gostar assim, hã? Você vai pedir?

- Precisamos conversar sobre essa sua atitude. - brinquei.

Senti sua ereção provocar minha sensibilidade roçando entre as minhas pernas repetidamente sem me penetrar. Arfei de vontade e olhei para ele de novo, quase implorando. Ele segurou meu rosto e me beijou de olhos abertos, mordendo meu lábio inferior.

- Estou decidido a tirar proveito disso. Ter você não só como a primeira coisa que vejo, mas a primeira que eu provo de manhã também.

Estava tão pronta que deixei que ele me enrolasse mais um pouco - nada que fosse inconveniente para nenhuma das partes - e provasse da minha excitação. Imediatamente, esqueci a dor de cabeça e meus dedos se agarravam em seu cabelo com carinho, quase que massageando sua cabeça enquanto ele me agradava. Sua língua circulava e sugava meu ponto de prazer, me fazendo derreter com seus beijos, adaptando-me e deixando o corpo na posição mais confortável para ter um orgasmo diante de suas habilidades. Não contava ser invadida deliciosamente primeiro por sua língua me levando ao êxtase e só depois ter seu corpo sobre o meu, beijando-me com a mesma intensidade que tinha acabado de fazer entre minhas pernas. Sentia meu gosto na sua boca enquanto a pré-excitação do seu pau facilitava deslizar entre minha intimidade.

- Não aguento mais. Preciso de você dentro de mim.

Ele fechou e espremeu os olhos enquanto me penetrava devagar e um gemido escapou de sua boca, o que fez meu coração disparar. Sentir Henry se entregando pra mim era como ter prazer duas vezes e eu queria mais.

O contato entre nós soava como se fizéssemos carinho um no outro da melhor forma, intenso, cheio de desejo e entrega. Como se exorcizássemos o medo de nos ver envolvidos e perder o controle da vida que tínhamos planejado antes de nos conhecermos.

Passamos aquela manhã ignorando qualquer interação social, principalmente ao lembrar que Sally estaria circulando no segundo dia de festa. Levantamos da cama para aproveitar mais de perto a vista da banheira, com o sol invadindo através da janela e ficamos imersos preguiçosamente na água quentinha até as pontas dos dedos enrugarem. Sentada entre suas pernas e com a cabeça recostada em seu peito. Não tinha como passar um dia mais gostoso que aquele.

Thanks, KalWhere stories live. Discover now