Capítulo 12 - Feito com carinho

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Amber

Levei uma garrafa de vinho para secretamente comemorar a primeira vez que Henry me convidava para passar a noite em sua casa. Aquele final de semana do casamento na Escócia nos fez dar dois passos à frente e, embora tivéssemos conversado sobre não definir o status do nosso relacionamento, aquele era um avanço significativo. Diferente do que Henry encenou para a amiga inconveniente, não éramos oficialmente namorados, mas como o clima entre nós era muito gostoso, resolvemos curtir.

Henry tinha padrões de comportamento diferentes quando estávamos a sós e quando estávamos em público ou com pessoas conhecidas, como Diana, mantendo a discrição. Claro que minha amiga sabia o que estava acontecendo entre nós, mas consideramos cedo para dar o nome de namoro.

Por ter tido alguns dias para pensar sobre o jantar na casa dele, escolhi com as melhores - ou piores - das intenções, escolhendo a lingerie, a roupa, o perfume, até mesmo o vinho para gerar as melhores sensações e memórias do nosso tempo juntos. Queria ficar confortável quando peguei leggings, casaco de tricô, cachecol quentinho e botas. Imaginando que, se a noite fosse tão boa quanto eu esperava, boa parte do tempo eu não estaria usando nada. Meu perfume floral amadeirado já tinha recebido elogios de Henry duas vezes e estava impregnado no meu cachecol.

Alguns dias separados e já estava sentindo falta da voz, da presença e do senso de humor típico de Henry. Abri um sorriso largo quando me recebeu na porta com um abraço.

- Oi!

- Tudo bem? Trouxe isso para acompanhar nossa conversa. - eu disse, entregando-lhe a garrafa de vinho.

- Obrigado. Espero que goste do que eu fiz. - disse, sem jeito.

Henry ainda tinha o pano de prato na mão.

- Você cozinhou? - perguntei surpresa.

- Hmm, sim. Como essa é a primeira vez que você vem aqui, achei que deveria fazer algo melhor que comida congelada.

Se eu achava que não tinha como ficar mais perfeito...

- Entre. Por aqui é a sala. Eu acendi a lareira, caso queira assistir alguma coisa depois.

A casa estava tão quentinha por dentro que logo desenrolei o cachecol do pescoço.

- Vou só buscar o saca-rolha e já volto. - ele disse.

Enquanto Henry entrou pela porta da cozinha, fiquei reparando nos pequenos detalhes da típica casa de solteiro. Uma tevê enorme na sala, videogame, uma estante antiga de madeira escura cheia de livros, porta-retratos com fotos de família e dele com Kal, DVD's de filmes clássicos e action figures de alguns personagens que eu não conhecia, além de sofás confortáveis o bastante para passar o dia maratonando séries ou jogando ou... Bem, pareciam confortáveis.

- Aqui. Já podemos abrir? - perguntou.

- Claro.

Henry puxou a cadeira e pediu que eu sentasse, pois ia servir o jantar. Já tinha visto aquele homem hesitante, mas inseguro era a primeira vez e achei uma graça. Os pratos não eram extremamente elaborados, mas foram feitos com carinho. Salada caprese de entrada e penne à carbonara como prato principal.

Ele ficou esperando minha opinião quando levei a primeira garfada à boca.

- E então? - perguntou curioso.

- Está uma delícia! Está aí outra qualidade de alguém que já tem tantas. - Elogiei pela dedicação.

- Logo você vai conhecer meus defeitos. Espero que eles não te façam sair correndo. - ele disse, colocando sua mão sobre a minha na mesa.

Thanks, KalOnde as histórias ganham vida. Descobre agora