Capítulo 17 - Press tour

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Henry

Depois de quase uma semana, estamos de volta aos Estados Unidos com uma equipe menor para os eventos que acontecerão em Nova Iorque, Washington e Seattle. Faremos uma pequena maratona de talk shows, entrevistas e programas de rádio. Por ser uma produção com grande patrocínio americano, a agenda inicial seria mais concorrida e com foco nos Estados Unidos.

O primeiro evento é uma entrevista ao ar livre comigo, Angie e Tom. As perguntas duram mais ou menos uma hora, e a apresentadora é uma simpática jornalista que faz perguntas sobre a série e o processo de produção. Vejo que aquele é o meu tipo de entrevista favorita, com foco no que realmente importa. Nesses eventos, o que mais dá trabalho é a pré e pós-produção com figurino, iluminação, maquiagem, etc.

No dia seguinte, ainda em Nova Iorque, tivemos a presença de Larry conosco em uma rádio conhecida. A preparação foi menos trabalhosa, por não precisarmos nos preocupar tanto com aparência. Me pego rindo sozinho ao pensar nisso. Aquele era o segundo evento e eu já estava querendo evitar passar pela maquiagem.

Temos um papo descontraído com a apresentadora sobre os personagens, e também sobre o que gostamos de fazer quando não estamos trabalhando. É um papo agradável, nada invasivo e os colegas de elenco parecem gostar tanto quanto eu. Saímos de lá diretamente para o hotel fazer as malas e partir para Washington no dia seguinte.

Chuck nos encontra no evento seguinte, que na verdade, seria dividido em várias pequenas entrevistas para canais no Youtube e a gravação de duas entrevistas externas que farão parte de programas de tevê, que iriam ao ar em breve. No final do dia, nos entreolhamos encenando surpresa com as perguntas repetidas, como se estivessem sendo feitas pela primeira vez. Sem dúvidas, a presença de Chuck nos deixou mais tranquilos e relaxados. Ele tem o dom de conduzir a entrevista da maneira que bem quer e de se esquivar brilhantemente das perguntas que não deseja responder.

Terminamos o dia procurando algum bar para relaxar um pouco e fazer o saldo positivo do dia. No dia seguinte, viajamos até Miami, onde somos convidados de um programa de tevê. Lembro que isso significa passar novamente por aquele ritual de roupa e maquiagem, com direito a retoque nos comerciais.

O programa em Miami acontece de forma menos fluida, pois aparentemente a apresentadora não teve o menor trabalho de estudar a série e saber do que se tratava. Pelo menos, essa é a impressão que eu e meus colegas temos. As perguntas escolhidas são genéricas e poderiam ser feitas a qualquer ator que estivesse estreando na televisão. Fico um pouco desconfortável com sua insistência em falar da nossa aparência, como se aquilo seria positivo para o programa. É um verdadeiro desastre e eu só quero que termine logo. Faço um esforço para manter a simpatia, enquanto Chuck tenta voltar a atenção para a série e trazer informações relevantes para aquela pobre e perdida apresentadora.

***

Pegamos um voo para Toronto e o assunto no voo foi o desastre daquela entrevista. Ficamos frustrados, afinal de contas o objetivo da divulgação é falar do nosso trabalho e fazer com que os telespectadores tenham curiosidade de assistir à série. A apresentadora deve ter considerado foi um sucesso, ao avaliar por sua postura o tempo todo.

Aproveitamos para descansar um pouco e esperar que o próximo compromisso nos fizesse esquecer aquele episódio constrangedor. E, uau! Toronto realmente nos surpreendeu. Temos um dia para tevê e um famoso podcast sobre o universo das séries. Sem dúvidas, esse último é o mais gostoso de participar. Os entrevistadores fazem algumas perguntas inéditas e outras que temos que contornar, devido ao sigilo firmado em contrato. Sendo assim, dentro do permitido, falamos num tom relaxado de bate papo que tornou a experiência ainda mais agradável.

No dia seguinte, participamos de um programa em canal aberto da tevê canadense, que nos deixa um pouco apreensivos pelo fato de ser transmitido ao vivo. Angie com certeza é a mais tensa de todos, por ser a mais inexperiente do grupo. Contudo, ela consegue se sair muito bem ao longo da entrevista. Amy e Tom dispensam comentários. São dois atores experientes que lidam com naturalidade e segurança nas entrevistas. Por questões familiares, Larry não nos acompanha em Toronto.

Thanks, KalOnde as histórias ganham vida. Descobre agora