Amber
Kensington
Aproveitei o dia de folga para dormir um pouco mais e acabei não ouvindo o telefone tocar na mesa de cabeceira, pois tinha colocado no modo silencioso. Jackie me fez despertar com lambidas nas minhas solas dos pés descobertos e aproveitei para pegar o telefone e saber da hora. Vi que Henry ligou algumas vezes e, sem ter resposta, insistiu ao enviar mensagem.
Henry:
Bom dia, amor. Tentei ligar, mas acho que você estava ocupada. Só pra desejar bom dia e dizer que te amo. Saudade. H.
Liguei de volta para ouvir sua voz, que era bem mais gostosa e acolhedora do que simples letras de uma mensagem de texto, ainda que escrita com carinho.
- Ei! - ele atendeu com entusiasmo.
- Oi, amor. Você sabe que não precisa se identificar ao final de suas mensagens, né?
- Como assim? - perguntou, confuso.
- O "H" no final. - fiz com que caísse na risada. - Acabei de ver suas ligações perdidas. Tirei o dia de folga e estava dormindo até agora pouco. Está tudo bem?
- Tudo bem. Desculpe, Ambs. Achei que você estivesse trabalhando. E sobre a assinatura, é um hábito antigo. Faço sem me dar conta. Como estão as coisas? - perguntou, referindo-se ao trabalho.
- Tudo indo bem. Resolvemos detalhes importantes para o início da obra e, no mais, o trabalho de sempre.
- Imagino. Tenho compromissos por aqui até sexta-feira e volto. - disse, sem soar muito empolgado.
- E não é qualquer final de semana, é seu aniversário! - quando eu disse isso, ouvi sua risada mais uma vez do outro lado da linha.
- Sim, é meu aniversário. - afirmou modestamente.
- E o senhor se esquivou nas últimas semanas pra me contar quais seriam seus planos. Sendo assim, eu mesma fiz uma reserva no CAU pra gente almoçar e comemorar.
- Ótimo, eu não teria pensado nisso. E depois? - perguntou, curioso.
- Você que diz. O dia é todo seu e eu estou à disposição. - falei.
-Vou pensar. Estão me chamando aqui. Preciso ir, amor.
Ouvi algumas vozes ao fundo. Provavelmente, Henry estava no estúdio, no ensaio fotográfico sobre o qual tinha falado antes de viajar, para a campanha de óculos do patrocinador.
Após a ligação, pulei da cama para agilizar os detalhes que precisava para o bolo e visita surpresa no dia do aniversário. Henry não sabia, mas depois do almoço gostoso às margens do Rio Tâmisa, voltaríamos para casa e ele encontraria seus pais e três de seus irmãos. Só Charlie não conseguiria vir, devido a compromissos de trabalho no Canadá, onde morava.
Combinei com Marianne por telefone para que todos chegassem juntos, enquanto estivéssemos fora para o almoço.
Na manhã do aniversário de Henry, o céu estava limpo, sem nenhuma nuvem, bem diferente do que tivemos durante aquela semana chuvosa. Animada com a mudança do tempo, decidi ligar para o restaurante, na tentativa de alterar a reserva de nossa mesa do salão para a área externa e, assim, os últimos detalhes foram resolvidos.
Para Henry dei a desculpa de que estaria envolvida com detalhes da reforma da loja até tarde, na sexta-feira à noite, que foi quando ele voltou para casa. Na verdade, naquela noite, fiquei acordada até altas horas assando bolo e alguns muffins que levaria para o café da manhã com ele. Gostaria de deixar claro que não tenho talento para a cozinha, então mereço estrelinhas adicionais pelo esforço. Os rolinhos de canela, cupcakes e pães ficariam por conta da Muriel's Kitchen, uma confeitaria próxima à casa de Henry. Eu não daria conta de fazer tudo aquilo sozinha em tão pouco tempo.
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Thanks, Kal
Fanfiction*CONCLUÍDA* Amber, executiva do Vale do Silício, deixa o paraíso da tecnologia na Califórnia para abrir seu café e levar uma vida mais simples em Londres. Durante a caminhada matinal no novo bairro com sua Golden Retriever Jackie, Amber esbarra em H...