Capítulo 19 - Nosso lugar

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Amber

Pelo tempo que passamos afastados, Henry teve a intenção de aproveitar cada minuto daquela noite me cobrindo de amor e matando a saudade.

- Como eu vou continuar fazendo isso de deixar você aqui? Não quero te deixar triste, mas preciso dizer que vai acontecer de novo. - ele disse, quando estávamos prestes a ser vencidos pelo cansaço e finalmente nos rendermos ao sono.

- Bem, acho que vamos ter que dar um jeito. Mas é melhor não falar com você quando estiver com saudade e na TPM. Vai ser demais pra você aguentar.

Ele riu e ficou passando os dedos pelas mechas do meu cabelo, enquanto eu mantinha a cabeça recostada em seu peito.

- Estou aos poucos tendo consciência de que namorar você é me envolver também com os seus compromissos. - considerei.

- E você acha que vale a pena? - ele perguntou, levantando ligeiramente a cabeça do travesseiro para olhar pra mim.

- Por isso aqui? - rebati, levantando a cabeça para alcançar seus olhos.

- Hmm. - ele assentiu com um sorriso e acomodou minha cabeça em seu peito de volta.

Quando estava com ele, achava que poderíamos enfrentar qualquer dificuldade juntos e eu não precisei dizer isso. Eu sabia. Ele sabia.

O silêncio ficou confortável e assim pegamos no sono.

No dia seguinte, acordei com Kal me farejando. O danadinho tinha entrado pela porta que não atentamos em fechar, pois era a última coisa que pensaríamos naquele momento, depois de ter subido sem roupas para o quarto.

Tomamos café do lado de fora da casa, já que não fazia tanto frio. Digo, tínhamos sol, o vento ainda era frio, mas não estávamos congelando do lado de fora. Com a chuva constante que tínhamos naquele período, um dia com sol era pra ser comemorado. Kal estava solto pelo quintal farejando e descobrindo coisas.

- Se tivéssemos planejado, teria trazido Jackie. Ela ia adorar correr por aqui.

- Não vai faltar oportunidade. Pode trazê-la sempre que quiser, mesmo se eu não estiver aqui. - disse ele.

- Qual é a programação de hoje? - perguntei.

- Fazer o que você quiser. - respondeu dando um gole no café e deixando de observar Kal para me olhar.

- Isso inclui...? - queria saber o que ele diria.

- Sair ou ficar em casa.

- Não, sair não. Acho que a ideia de ficar em casa me agrada mais.

- Por que eu acho que vai saber tirar proveito disso? - perguntou desvendando as minhas reais intenções com bom humor.

- Porque eu vou. - falei, puxando-o pela gola do casaco pra dar um beijo.

- Você parece mais animada agora. - ele diz.

- É... Eu acho que estava com saudade de casa, não sei. - comentei encolhendo os ombros.

Henry sorriu compreendendo meu sentimento.

- Hum... engraçado você dizer isso. - Olhou ao redor pensativo.

- Por que? - tentei acompanhar.

- Porque nesse ritmo de trabalho, viajando tanto, aqui ou em qualquer lugar, eu me sinto em casa quando estou com você, Ambs.

Meu coração afundou no peito. Mais uma vez Henry me pegou desprevenida. Seus olhos brilhavam contra a luz do sol que invadia a varanda e sua pele nunca pareceu tão cheia de vida. Acho que o cenário e as circunstâncias eram coisas do destino pra que eu não deixasse passar em branco e registrasse direitinho aquele momento com muito carinho.

Thanks, KalOnde as histórias ganham vida. Descobre agora