Prólogo

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**REPOSTADO NOVA VERSÃO**

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PAMELA DE LA TORRE

Alguns anos atrás


— Olá, meu nome é Pamela, e eu sou uma viciada. — ninguém se importa, ninguém vira a cara e me olha com desprezo ou com surpresa quando faço essa confissão em voz alta, eles apenas me encaram com tédio. Eles são e estão como eu. — E eu tenho quinze anos.

Ninguém se importa.

Na verdade eu acho que eles preferem a morte que isso aqui.

Eu prefiro a morte que esse encontro de adolescentes viciados, entediados, rebeldes... Talvez tenham uma causa, como eu.

— Prossiga, Pamela. — não faço ideia se essa moça é psicóloga, terapeuta... Definitivamente, não sei o que ela é, tenho minha própria dor para ficar prestando atenção em apresentações. Mas pede para que eu continue, ela fala com sua voz suave. — Conte-nos sua história.

— Não quero. — e assim eu desabo na cadeira, sentando e cruzando os braços. — Não conheço vocês.

Sou uma rebelde sem causa.

Quinze anos, pais maravilhosos, vida boa, dinheiro, classe média, um namorado incrível... ''Por que uma menina que tem tudo virou uma rebelde? Por que as drogas? Coitados dos pais''. É o que todos falam.

Eles não fazem ideia de como essa ''perfeição'' de vida nunca existiu! E eu saio como culpada...

Talvez eu tenha culpa...

— Pamela. Quinze anos. — volto a falar. — Vergonha da família. Talvez me achem dramática, e foda-se! — tento não chorar. Por mais grossa que eu seja, eu quero chorar. — Não ligo! — mentira! — Mas eu preciso dizer, prefiro a morte que estar aqui, vocês também preferem...

— Pamela! — a mulher fala com a voz severa, ficando em pé. — Por favor, já chega. Quando terminar, você virá a minha sala, conversaremos...

— Não quero conversar, obrigada.

Abaixo a cabeça.

''Pamela, quinze anos, envergonhando a família desde os treze''.

''Seja como a Adriana, ela está lá na Coreia do Sul estudando, e você, Pamela? Nos envergonhando''.

— Desculpa, Melina. — sussurro pra mim mesma.

— Quem é Melina? — a psicóloga, ou seja lá o que ela for, se ajoelha a minha frente. — Vamos conversar lá na sala, você nunca aceita...

— Melina é minha melhor amiga. — sorrio nesse momento, pensando em como chamo Melina. — A única que me escutava, que ria para mim, que sempre esteve ao meu lado.

— E onde ela está agora?

Aponto para cima.

— Se a passagem for livre, se depois da morte tivermos nossos caminhos feitos de modo imediato, ela estará no céu. Caso não, ela estará adormecida, mas irá para lá algum dia.

— Eu sinto muito por sua amiga, Pamela. — ela fala docemente, mas nenhuma compaixão me faz bem.

— Eu também sinto muito, moça. — enxugo minhas lágrimas com força. — Eu sinto todo dia.

— Vamos conversar...

— Eu não me sinto preparada.

— Pamela, está sóbria há cinco meses, podemos conversar...

— Eu quero morfina, qualquer coisa que tire a minha dor. — confesso, sentindo meu peito apertando, o nó na garganta me sufocando. — Eu nunca vou me curar, moça. — levanto-me da cadeira. — E eu não quero conversar, se me forçar, eu grito, eu me debato. Pode me colocar em uma camisa de força, se for necessário — ela apenas olha para mim com piedade. — Eu não quero conversar.

— Vai ser melhor...

— Seria melhor que eu tivesse morrido com Melina, como isso não aconteceu, deixe-me sofrer em paz. 

Uma família para o mafioso - Em busca da filha perdida (Livro 1 e 2)Where stories live. Discover now