Capítulo 13

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**REPOSTADO NOVA VERSÃO**

Moisés De La Torre



Minha esposa está a minha frente agora.

Maldita hora que concordei em ficar com Morgana, em me casar, em aceitar que teria uma salvação ao seu lado.

Maldita hora!

— Moisés! — ela toca no vidro que nos separa, dramática do jeito que é.

Aponto para o telefone ao nosso lado, que é para nos comunicarmos.

A mulher é uma morta-viva. Toda desgrenhada, pálida, olheiras e magra ao extremo.

— Eu pensei que nunca viria. — sua voz é muito fraca. — Demorou muito tempo...

— Demorei dois dias, Morgana.

Ela abre a boca, surpresa.

— Parecia mais. Disseram que tem mais de duas semanas...

— Enganaram você. — minto. — Todos querem enganar você. Eles sabem o que você fez. Morgana, o que fez foi algo grave...

— Moisés, eu... — escuto quando faz força para engolir a saliva. — Eu não fiz nada disso que estão me acusando, eu juro.

— Realmente, não conseguiu matar as meninas...

— Eu falo de Melina. — fala em desespero. — Uma moça colocou meu nome no meio, ontem vieram me interrogar, mas é coisa do Gianluigi. Eu nunca faria algo contra Melina. Por favor, acredite em mim.

— Como quer que eu acredite se você tentou matar nossas filhas?

— Foi um surto psicótico.

— Sempre culpando seus transtornos mentais.

— Eu não sou transtornada! — agora grita, depois se acalma. — Por favor, Moisés, me tira daqui. As mulheres me odeiam...

— O que elas te fazem?

— Elas me obrigam a limpar banheiros sujos e ainda roubam minha comida e minha roupa. Estou fedendo.

— Sorte a minha que estou do outro lado do vidro.

— Por favor, me tire daqui! Elas dizem que como tentei matar minhas filhas, eu devo sofrer. Elas me condenam e me machucam! Você sabe como sou, me conhece. Foi apenas um surto.

— Você é muito dependente, Morgana, de tudo. De dinheiro e de alguém ao seu lado. Eu posso te insultar, te agredir, quase te matar, mas você é dependente de mim. Você é minha marionete, eu mando e você obedece.

— Eu amo você, Moisés.

— Você é assim, facilmente manipulável. Foi manipulável quando era uma prostituta, inclusive, infernizou a vida de um cliente só porque ele te deu atenção. Depois eu cheguei e você ficou ainda mais obediente, porém, você tem uma mente diabólica, e quando algo te atrapalha, você odeia. Sua mente submissa se esvai e você toma o controle da situação, mas você nunca deixou que isso aflorasse, porque sua alma é para obedecer, não comandar.

— Moisés...

Suas lágrimas começam a cair, mas ela continua segurando o telefone, tremendo, me escutando.

— Você sequestrou Melina porque me viu com ela, me viu segurando o bebê algumas vezes. E sabe por que odiou Melina? Porque eu nunca carreguei as meninas. Adriana nasceu no período em que eu mais estava estudando, ficava pouco tempo em casa, e também nunca quis filhos, você achou que uma criança fosse me fazer te amar ainda mais. Depois veio Pamela, que é filha do meu irmão. Depois veio Melina, que é minha sobrinha neta, no entanto, eu a carreguei, eu senti algo por aquele bebê, que nem eu sei explicar. E você a odiou por isso. Porque ela é fruto da irresponsabilidade daquela menina que você não conseguiu abortar, a menina que mudou a sua vida por completo. Só que no fim de tudo, Pamela foi uma vítima. E anos depois, você continuou punindo Pamela, pela raiva que tinha dela, pela raiva do estupro. Melhor dizendo, você tinha raiva porque eu achei que foi uma traição da sua parte. Porque Pamela fez com que nos afastássemos.

Uma família para o mafioso - Em busca da filha perdida (Livro 1 e 2)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora