Capítulo 10

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**REPOSTADO NOVA VERSÃO**

ADRIANA DE LA TORRE


— Eu sei quem é Melina. Melhor dizendo, quem ela era.

Meus pais viram a cabeça rapidamente para mim, quase como a garota do filme ''O exorcista''.

— Pamela não devia ter falado sem a nossa presença. — eu quero gritar com minha mãe nesse momento, mas apenas respiro fundo e tento manter a calma que preciso nessa conversa. — Ela deveria ter esperado, é um assunto delicado, familiar.

— Que bom, colocou essas palavras na roda, posso me aproveitar disso e prosseguir o assunto. — levanto-me do sofá, agora ficando na frente deles. — Assunto familiar, mas eu acho que ou estou fora da família, ou a Pamela nunca foi da família, e acho que a verdade está mais na segunda opção.

— Adriana, vamos falar sem esse tom prepotente. — meu pai começa a falar. — Somos civilizados demais...

— Eu quero saber por que não me contaram sobre Melina! E não, não foi Pamela quem me contou, entrei no quarto dela e entendi tudo! Vi fotos, li até uma mensagem na imagem que um tal Leandro deu a ela, deve ser o pai da criança. Pamela não poderia me contar, por quê?

— Porque não queríamos te preocupar, filha. — Morgana levanta do sofá e vem na minha direção, parecendo que vai tocar em meu rosto, mas eu vou para o lado, saindo da sua frente e deixando suas mãos estendidas no ar, no vácuo. — Nós não queríamos atrapalhar sua vida lá na Coreia do Sul, você estava estudando, vivendo...

— Era uma criança. Minha sobrinha. — olho para os dois, minha mãe parecendo mais triste que meu pai. — Neta de vocês dois, que parece ter sido excluída da família, não é?

Minha garganta tem um nó, uma dor insuportável e quase sufocante, eu quero falar um monte, quero dizer tudo que tem entalado aqui, mas minha consciência manda ter calma.

A mesma consciência e intuição que mandou voltar para casa. Foram duas semanas de sonhos com Pamela, onde ela pedia minha ajuda e eu vinha até ela. Então a irmã da minha colega morreu e logo lembrei de Pamela.

De início pensei que fosse exagero da minha parte, tive até receio de reencontrá-la, já que nunca fomos amigas, mas assim que cheguei e vi Pamela chorando nos braços de uma mulher, eu estranhei tudo... E vendo sua casa pequena, simples, as comidas que parecem terem sido compradas recentemente, desconfiei mais.

Ontem não consegui fazer nada, pois meus pais chegaram aqui e tiraram todo o meu tempo. Mas hoje entrei no quarto de Pamela, pois precisava de respostas, e parecendo que ela queria me responder, a porta do seu guarda-roupa estava aberto, e lá estava as informações — não tão claras —, sobre Melina.

É como se Pamela quisesse contar, mas não tivesse como... E isso me intriga.

Desde cedo estou intrigada com isso.

Engoli, escondi tudo que sei de Melina, mas agora já deu.

Ainda mais depois que vi como Morgana foi uma escrota com a própria filha, com os amigos dela. Vi como Pamela estava assustada e com medo, então pedi para que aquele cara tirasse Pamela dali, a levasse para longe.

Pensei e repensei, e talvez esteja entendendo um pouco da história.

— Sua irmã engravidou aos treze anos, perto de fazer quatorze. — Morgana senta na poltrona, olhando para o chão. Ela evita o meu olhar. — Morávamos em uma cidade pequena, não queria que soubessem que aquela menina tão nova foi tão irresponsável. As pessoas já tinham inveja da nossa família, seu pai tinha um bom emprego, e o que Pamela faz? Engravida de um menino rico, claro que falariam mal da nossa família.

Uma família para o mafioso - Em busca da filha perdida (Livro 1 e 2)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora