Capítulo 7

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**REPOSTADO NOVA VERSÃO**

Gianluigi Bianchi


Talvez eu acredite na existência de Deus agora. Não pedirei sua piedade, nem pedirei seu perdão. Até porque, se agora estou acreditando na existência de um ser invisível, é porque ele está me fazendo pagar.

Não acredito no tal carma, nem na lei do universo.

Mas todos aqueles pais, tios, avós, irmãos... Todos aqueles que choraram pelos sequestros, diziam que eu prestaria conta com Deus.

E talvez seja a hora da cobrança.

A cobrança onde Ele leva vários dos meus.

— O senhor vai ao funeral? — olho para Gerard, o chefe da minha segurança. — Acontecerá amanhã pela manhã.

— Não sairei para canto algum. — dou minha resposta, deixando minha garrafa de vodca de lado. — É perigoso sair, um atentado no cemitério me parece um bom momento para me matarem.

— Se o senhor me permite falar, eu acho que essa pessoa não é muito fã de atentados.

— Tudo o que esse ser fez, soa como ''atentados'', Gerard.

— Eu sei que o senhor está mal por tudo o que está acontecendo, mas o único atentado real foi com seu irmão, a esposa e os filhos, no carro. Mesmo assim, não foi um atentado. É tudo para o senhor. E se me permite falar mais, não me parece ser coisa do cartel.

— Como não? — olho para Gerard, que parece um tanto receoso para responder. — Responda, por que não seria o cartel se Pamela está com o sucessor da chefia?

— O cartel não é conhecido por encobrir o que faz, tampouco atacar em silêncio. Eu meio que sei sobre um deles ter relação com o senhor...

— Nunca tivemos qualquer relação, cada operador faz uma coisa...

— Então, mas o cartel já destruiu alguns locais que tinham... Bem... — pigarreia. — Pessoas forçadas a trabalhar, eles não fizeram isso em silêncio, pelo contrário. A pessoa que está contra o senhor me parece ser alguém mais solitário, parece algo muito pessoal.

— Bruno! — volto a falar. — O que seria mais pessoal que o sucessor da máfia namorando uma mulher que eu ferrei? — Gerard não fala mais nada. — Pois então, Gerard, é o Bruno! — bebo novamente a minha vodca. — Está claro que sim, e, como sempre, terei que lutar sozinho contra essa gente.

— Voltando ao assunto, o funeral não faz diferença, essa pessoa não quer matar o senhor, ele quer eliminar todos da sua volta, para te fazer ficar fraco, e depois sim te matar. Atentado é só para seus parentes distantes, é uma forma de causar seu sofrimento.

— Você realmente não acredita que seja o Bruno e o cartel de merda deles. Então quem seria? Quem, Gerard? — olho para ele. — Quem faria algo assim? Todas as crianças, sejam grandes ou pequenas, têm a vida rastreada, sempre procuramos saber sobre a família das crianças. Todas são pobres, no máximo classe média baixa. Todas são parentes de pais trabalhadores ou desempregados. Não mexemos com parentes de policiais, pessoas do governo, ou de pessoas criminosas. Quem se vingaria desse modo a não ser o Bruno?

— Um pai ou uma mãe em busca de vingança.

— Não há histórico algum para isso, Gerard! E é isso que não faz sentido nessa sua suposição de ser um outro alguém. — levanto da minha poltrona. — Onde conseguiriam dinheiro para tanto? Há todo um histórico familiar que é investigado. Como essa pessoa chegaria em Janice? O que fizeram para que ela acreditasse? Para que ela entrasse no carro com a pessoa? Eu matei os seguranças de Janice, eles morreram jurando não saberem de nada. Então eu penso que a pessoa é muito boa e a sequestrou sem perceberem nada, ou ela foi de livre e espontânea vontade.

Uma família para o mafioso - Em busca da filha perdida (Livro 1 e 2)Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz