Capítulo 17

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**REPOSTADO NOVA VERSÃO**

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Bruno  Rodriguez

(Ainda na delegacia, com Moisés)

— Acho que Moisés deve merecer uma segunda chance, quero dizer, algum tipo de tratamento. — falo com Gallardo, que ainda está lendo algo no computador. — Então, o que acha?

Gallardo tira os olhos do computador e olha para mim.

— Às vezes me acho um péssimo ser humano. — tira seus óculos e esfrega os olhos. — Sabe, Bruno, estou realmente cogitando a possibilidade de Moisés não ficar em Juárez. Agora que sabemos onde Moisés nasceu e morou, pedirei para ver se encontram documentos sobre essa época. Pai, mãe, o instituto, ver se ainda tem papéis com algum relato de comportamento, ver se a história encaixa.

— Do que viu, no momento, com esses nomes de pessoas que ele matou, aonde chegou?

— Não deu tempo de ler tudo, obviamente, mas, até o momento, abusadores e cafetões. Daqueles assassinatos que te falei, que encontrei da época, dois foram feitos por Moisés, os dos pais que bateram nos filhos. Precisamos ir mais a fundo, ver se, realmente, só tem os psiquiatras de totalmente inocentes. Moisés pode ser manipulador, mas não imagino alguém manipulador indo para Juárez por vontade própria. Deixarei claro por esses dias que ele irá para Juárez, não deixarei que perceba que cogito um hospital de custódia, veremos se ele encara tudo normalmente ou se tentará fugir, tentará um acordo para não ir. Se Moisés persistir, é porque, realmente, ele sente que deve pagar pelos crimes. E deve, mas a sua história de vida, suas vítimas... Eu odeio como Moisés mexeu com minha mente!

— Nem me fale, Moisés já foi tudo em nossas vidas, agora cogitamos que ele não é tão ruim assim.

— Se eu for pensar tanto no caso, eu o inocento. Porque trabalho com vocês que são do cartel. Drogas matam, eles matam por retaliação, por dívidas, morrem inocentes nos tiroteios, drogas matam mais que um serial killer. Então, se eu pensar muito, eu vou comparar os dois casos e não quero isso.

Tecnicamente é hipocrisia. Porque até o momento Moisés matou inúmeros abusadores, e querendo ou não, sou de um cartel, sou um traficante, torturador e assassino, talvez por isso eu não enxergue Moisés como a pior pessoa do mundo.

O grande problema de Moisés nesse momento é a questão dos gatilhos, o impulso, a raiva.

Mas ele pode ter um tratamento.

Com certeza tem.

— Posso ter uma conversa com Moisés? — pergunto.

— Claro. Ele está sem algemas, mas acho que não vai te matar.

É, Moisés meio que deu a entender que temos a mesma mente.

E eu até fiquei preocupado, afinal de contas, realmente, eu torturei muitas pessoas nesses últimos anos, por vingança.

Uma família para o mafioso - Em busca da filha perdida (Livro 1 e 2)Where stories live. Discover now