Capítulo 1

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**REPOSTADO NOVA VERSÃO**

Delegado Gallardo


Existem algumas coisas do meu trabalho que me incomodam bastante. Quando eu era criança o sonho de ser policial era maior que tudo. Depois de anos consegui, fiz faculdade de direito, fiz provas e mais provas e virei o delegado. Porém, antes disso, eu já não era um policial muito ''pacífico'' e seguidor das regras.

A vontade sempre foi de matar e, assim, não termos o risco de uma prisão domiciliar ou a liberdade condicional. Sou do tipo que, realmente, acredita que a pena de morte surte mais efeito. Mas claro que não posso sair matando a todos, porém, abro exceções.

Tentei deixar essa revolta toda de lado em diversos momentos, porém, tem pessoas que são mais propicias a fazerem algum crime cruel e ainda sair livre de tudo, sem nem ao menos colocar um pé no presídio.

Sabem da minha fama, desconfiam de tudo o que faço, mas tem gente acima de mim. Pessoas mais poderosa que sempre me encobrem em tudo o que faço, que me apoia e que reforça a minha desculpa de ''morreu em troca de tiros''.

Como o cartel do Alberto Muñoz, a maior organização criminosa desse país. É, eu sou hipócrita e corrupto, sei bem disso, mas quando se trata desse tráfico humano acontecendo no meu território, eu preciso me aliar a quem realmente quer acabar com isso.

O cartel não entra tanto no assunto porque o conflito pode ser maior, porém, tem algo pessoal acontecendo, algo tão pessoal que sei bem que Bruno Rodriguez, mais cedo ou mais tarde, entrará muito no assunto, e quando falo ''muito'' eu quero dizer: Ele vai atrás dos culpados, ele necessita de vingança.

Mas, voltando ao que está acontecendo nesse momento...

Estou com Gianluigi Bianchi a minha frente, tendo a chance de prendê-lo, mas não vou fazer, porque acho que será mais interessante deixá-lo livre.

E aí vem outro ponto que me deixa mais distante de ser um delegado comum e correto: Moisés, faça seu trabalho.

— Não soube do seu parente? — pergunto, olhando bem para o homem a minha frente. Seus olhos estão inchados, vermelhos e quase pretos ao redor. Poderia dizer que ele levou socos em cada olho, porém, isso se deve à falta de uma boa noite de sono. — O delegado que prendi.

Gianluigi se ajeita na cadeira e até afrouxa o nó da gravata.

— Falta de ar? — dou um meio sorriso e arqueio a sobrancelha. — Nervoso de uma hora para outra?

— Afinal, o que quer? — sua voz sai rouca, ele até pigarreia. — Eu não falei com qualquer parente.

— Interessante dizer isso, porque grampeamos o telefone da sua casa. — Gianluigi fecha os olhos e aperta os braços da cadeira. — Devo dizer que nem adianta tentar, ainda pouparei seu tempo, não precisa procurar alguém de poder e influência para livrar seu parente da cadeia, porque ele não sairá de lá nem que o cara mais rico do mundo pague. E eu duvido que fosse pagar.

— Quem está na delegacia agora?

— Uma pessoa da minha confiança.

Agora é a vez dele sorrir, até mesmo seu olhar muda, como se ele tivesse algo para jogar contra mim.

— Fabio Fernandez Gallardo. — fala meu nome completo. — Não é muito difícil de saber quem você é e o que faz.

— Fez o trabalho de casa completo e nem precisa dizer o que descobriu, estranho seria se nem tivesse tentado saber. — eu continuo com o mesmo sorrisinho de lado. — Nem precisa jogar tudo na mesa, tudo o que sabe sobre mim. Por que acha que estou sorrindo desse modo? Por que acha que joguei aquele delegado na cela e ele está passando fome agora? Como acha que saí de lá há uma hora e cheguei aqui há vinte minutos? Eu tenho aquela famosa ''costas quentes'', tem gente poderosa por trás que me deu até um jatinho para me deslocar rapidamente. Se eu não tivesse gente poderosa por trás, não teria feito tanto assim. Então se o seu plano é jogar isso contra mim, desista.

Uma família para o mafioso - Em busca da filha perdida (Livro 1 e 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora