06_ Garota sem cultura.

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Heaven Quinn

- E aí eu falei pra ele: "para de me pedir namoro, eu também não tenho." - Contei frustrada e a Niani assentiu, me escutando atentamente enquanto a gente andava para o nosso dormitório. - Vou tirar esse negócio de onde? Nem sei onde que vende.

- Eu acho que to apaixonada. - A Niani contou e eu arregalei os olhos.

- Por mim? - Segurei o braço dela em choque. - Tá tudo bem, eu sabia que isso um dia ia acontecer, a gente só tem que sentar e eu te conto todos os meus defeitos.

E agora meu povo? Vou ter que inventar defeito.

- Não é por você, fedida!

Ela bateu na minha mão que segurava o braço dela.

- E mesmo se fosse, os seus defeitos não seriam capazes de acabar com o meu amor por você.

- Então quem pegou o seu lindo coração rosa? - Perguntei ainda sentindo a dor do tapa dela. - O Lula? - Arregalei os olhos.

- Filha do capeta. - Me olhou feio.

- Como você sequer sabe que gosta dessa pessoa? Ela faz o seu coração acelerar? - Sorri safada para a Niani.

Eu não mencionei qual coração era...

- Eu tenho ansiedade, Heaven. Tudo faz o meu coração acelerar. - Lembrou.

Assim que viramos o corredor, notei um demônio fedorento do submundo na nossa porta.

Aubrey.

Ela me lançou um olhar mortal com os braços cruzados.

- Então você finalmente saiu do armário? - Sorri pra ela.

- A Aubrey é gay? - A Niani arregalou os olhos e a boca dela caiu.

Queria que ela caísse de boca assim no meu xerecão.

- Não! - Aubrey sussurrou olhando em volta para ter certeza que ninguém escutou.

Isso pra mim é estar profundamente no armário.

- Negação é a primeira fase. - Neguei a cabeça cruzando os braços.

- Eu não sou gay! - Aubrey deu um passo na minha direção furiosa. - Você tá se ouvind-

Alguém esbarrou em mim, o seu queixo batendo com toda força contra minha testa, reiniciando o meu cérebro e me fazendo ver Jesus.

O empurrão foi tão forte que eu cai pra trás, quase levando a Niani pro chão e fazendo ela ter que me segurar.

- Me leva, filho da puta! - Falei irritada antes de ver quem tinha me empurrado.

James.

Ele me olhava em choque e preocupado, não sabendo se me perguntava se o meu cérebro fez backup ou se fugia de mim.

Os seus olhos arregalados passaram primeiro para a minha mão na testa, a Niani brava atrás de mim e para a gay que parecia ter acabado de se apaixonar por um homem.

O Inocente Aluno NovoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora