35_ Oi.

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Heaven Quinn

- Eu queria estudar, mas eu não consigo parar de pensar em pinto. - Reclamei cansada.

- Algo dentro de mim fala que estudar deve ser pecado, sabe? - A Niani comentou, cruzando os braços e afundando na cadeira da biblioteca. - A Eva e o Adão não estudavam.

- É como se eu estivesse sendo obrigada a ir para o inferno por algo que eu nem quero fazer. - Suspirei. - Tudo bem que eu já ia pro inferno mesmo sem estudar... - Ergui as sobrancelhas lembrando.

- E você tá me arrastando pro inferno com você. - Acusou chateada. - É 1 da manhã, isso não é hora pra ficar na biblioteca. É hora pra pecar de jeitos mais divertidos.

- Você prometeu que me ajudava. - Semicerrei o olhar pra ela.

Depois que o Nolan se recusou a me ajudar, argumentando que eu deveria pedir ajuda para o James e não pra ele, a Niani se ofereceu.

- Você que me ajudou a colar em todas as provas. - Ela apontou o dedo pra mim, indignada. - Se o seu boletim tá ruim, imagina o meu.

- A diferença é que a sua mãe aceitaria pagar o diretor pra fazer você passar de ano. - Debati, as palavras saindo da minha boca antes que eu conseguisse pensar.

O rosto da Niani caiu, me fazendo imediatamente arrepender do que eu disse.

Tópico errado. Tópico errado. Tópico errado. Tópico errado. Tópico errado. Tópico errado. Tópico errado. Tópico errado.

Eu tenho falado muitas coisas erradas ultimamente.

- Niani-

- Eu realmente tenho que ir. - Ela se apressou a falar, levantando. - Desculpa não poder te ajudar tanto quanto o Nolan teria.

Antes mesmo que eu conseguisse abrir a minha boca, a Niani já tinha virado as costas e se afastado.

Encarei o caderno de matemática, fechando os olhos por um momento antes de trocar ele pelo livro de biologia.

- Deus, aonde que fica esse "plexo branquial"? - Murmurei colocando as mãos na minha testa e franzindo a mesma.

- Bem aqui. - Uma voz sussurrou antes que eu sentisse dois dedos tocarem a lateral do meu pescoço.

O meu corpo travou, a minha respiração ficando presa na garganta e os meus olhos pulando arregalados para a estante gigante de livros na minha frente, se recusando a encarar a pessoa atrás de mim.

- E o plexo celíaco é bem mais abaixo. - A sua mão desapareceu do meu pescoço, aparecendo momentos depois por cima do meu abdômen, pressionando levemente.

Os seus dedos quase tocavam os meus seios.

A minha respiração saiu falhando quando a sua mão começou a descer.

O seu corpo estava perto demais, tocando as minhas costas e me prendendo na cadeira.

Fechei os olhos, sentindo a sua mão continuar a descer e o seu rosto de aproximar da lateral do meu.

A sua mão parou um pouco abaixo do meu ventre, e ele voltou a pressionar com mais força dessa vez.

- O plexo vesical é aqui. - Murmurou e eu abri os olhos, tentando não pensar que se ele levasse os seus dedos um pouco mais para baixo, ele podia me fazer gozar aqui mesmo, na biblioteca que eu achava estar vazia.

Se ele estava aqui, então significa que pode ter mais outras pessoas, não?

A sua mão se afastou e um segundo depois, o calor do seu corpo contra o meu também.

Soltei o ar que eu não sabia que estava prendendo e me forcei a encarar o James, que agora olhava em volta e colocava uma mão no bolso da sua calça.

- Eu acho que estamos sozinhos aqui. - Ele falou com a voz baixa, ainda não me encarando de volta.

Eu semicerrei os olhos, me recusando a falar qualquer coisa ou desviar o olhar até que ele me encarasse.

Quando os seus olhos finalmente caíram sobre mim, de um jeito tão natural, que me fez questionar todas as semanas que passaram, eu franzi as sobrancelhas.

- Oi. - Ele suspirou, a sua voz tão baixa dessa vez que eu mal consegui escutar.

- Oi. - A minha resposta saiu antes que eu conseguisse evitar.

Isso não parece certo.

Nós não deveríamos estar agindo como se não tivéssemos quebrado o coração um do outro.

Levantei da cadeira, ficando na frente do James e franzindo as sobrancelhas mais uma vez.

Antes que eu conseguisse falar qualquer coisa, a sua voz soou:

- Eu sinto muito. - Murmurou, imitando a minha expressão e franzindo as sobrancelhas. - Eu apenas descobri mais tarde naquele dia, durante a missa, que era o aniversário da morte dos seus pais. Tudo que eu falei... - Negou a cabeça. - Eu não deveria. Eu não devia ter me descontrolado. Você não estava bem e eu apenas tornei a situação pior. Eu realmente sinto muito.

- Durante a briga, você falou que o jeito que eu estava agindo, só confirmava que eu era exatamente o que as outras pessoas tinham te falado que eu era. - Mencionei com hesitação. - Você tava falando sobre o que a Aubrey falou? Você acha que eu sou o que ela falou? Você acha que eu sou... cruel?

continua...

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quando tiver 7.777 comentários eu posto o próximo cap ainda hoje:,)

O Inocente Aluno NovoWhere stories live. Discover now