39_ Pequeno vagabundo.

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Heaven Quinn

- TÁ FALTANDO CARTA. - O Nolan gritou, juntando as suas mãos pra tentar se acalmar. - Eu só quero saber onde elas tão.

O círculo de pessoas ficou em silêncio enquanto o Nolan completamente surtava.

Era raro ver ele surtar.

- Tinha 114 cartas. EU CONTEI! - Ele olhou no fundo dos olhos de todo mundo na roda. - Agora tem 80. Cadê. As. Cartas.

- Foi o James. - O namorado da Niani soltou rápido.

- Eu?! - O James arregalou os olhos levemente em choque.

Santo James nunca faria isso.

- O JAMES? - O namoradinho nº 2 da Niani abriu a boca desacreditado.

- Ele falou que nem sabia jogar e depois ganhou todo jogo. Qual a lógica? - Se ajoelhou no chão apontando para o James.

Eu acho que alguém quer mamar e não tá sabendo pedir.

- E ele vai enfiar as cartas aonde? No teu cu? - Reclamei irritada.

As cartas na minha bunda estavam me deixando irritada, porque eles tavam começando a ir para lugares que não deveriam.

Eu apenas tinha 20 cartas escondidas.

Então, tinha outra pessoa na roda com as 14 cartas no butico.

Eu encarei todo mundo em minha volta de forma suspeita.

Todos sentavam no chão menos o James e o segundo namorado da Niani, que sentavam na cama. O James deitou, apoiando os cotovelos na cama, o seu olhar fixo em mim.

Eu só percebi segundos depois, quando um pequeno sorriso de lado sarcástico cresceu na sua boca, que ele estava olhando para algo embaixo de mim.

As cartas.

Eu pisquei um olho pra ele, fazendo o seu sorriso aumentar, e me ajeitei pra esconder as cartas.

- VOCÊ TÁ ME ACUSANDO? - O namorado da Niani me encarou com os olhos arregalados.

- TÁ FALANDO COM QUEM ASSIM? - O Nolan jogou as cartas dele na direção do garoto.

- TÔ ACUSANDO SIM! - Falei irritada. - Você tava todo estranho durante o jogo. LEVANTA AÍ.

- Vou levantar nada. - Ele se recusou. Vagabundo.

Vou chamar ele de Voldemort a partir de agora.

O segundo namorado da Niani pode até ser o Potterzinho.

- Levanta! - O Potterzinho mandou, tão irritado que ele próprio levantou.

Uma carta caiu da bunda dele.

Todo mundo observou a carta no chão em silêncio.

Agora faltam 13 cartas.

- ME ACUSANDO E TINHA UMA CARTA NA PORRA DO C-

- VOCÊ BAIXA ESSA VOZ QUANDO FALA COM-

O Nolan cobriu o rosto com as mãos, puro desespero no seu olhar. Eu podia jurar que vi ele limpar uma lágrima de pânico. Ele amava as cartas dele. Foi difícil fazer elas passarem pelos seguranças do colégio.

- Sabe o que eu acho? - O Nolan comentou, um sorriso gigante forçado no seu rosto. - A gente precisa sair desse quarto e deixar o ladrão devolver as minhas cartas.

- É de madrugada. - O James comentou.

- Melhor ainda. - O Nolan sorriu de verdade agora. - O que vocês acham de jogarmos esconde-esconde?

- Apenas nos dormitórios masculinos? - O Voldemort questionou.

- Na segunda ronda a gente faz o piso todo. - O Nolan deu de ombros.

Esse simples movimento que o Nolan fez, me fez notar algo vermelho e preto embaixo dele.

As cartas.

Eu ergui o meu olhar semicerrado pra ele. Pequeno vagabundo.

- Quem vai procurar? - O Potterzinho perguntou, um sorriso animado se espalhando pelo rosto.

- Acho que pode ser o James. - O Voldemort sugeriu.

- Eu tô começando a achar que você tá apaixonado por ele. - Revirei os olhos e as bochechas do Voldemort ficaram avermelhadas quando o James ergueu uma sobrancelha questionadora pra ele.

- Eu posso procurar. - O Santo James deu de ombros.

- Ótimo. - Assentiu o Nolan. Ele levantou, e as cartas que estavam embaixo dele sumiram, me fazendo prender uma risada.

Quando eu fui levantar, o James negou com a cabeça suavemente, e a sua voz soou bem no momento que eu percebi que o Voldemort me encarava com os olhos semicerrados.

- Vocês têm menos de 30 segundos pra se esconderem. - O James avisou.

Antes que eu conseguisse processar, todo mundo já tinha saído do quarto correndo, me deixando sentada no chão, sozinha com o James.

Eu soltei uma risada me levantando, ainda sentindo o olhar do James sobre mim enquanto um pequeno sorriso crescia nos seus lábios.

- Pequeno diabo. - Ele falou com os olhos semicerrados enquanto negava a cabeça em falsa desaprovação.

- Eu apenas escondi 20 cartas. - Justifiquei andando na direção dele.

- O resto tava com o Nolan. - Contou sentando melhor na cama e eu assenti sorrindo. - Eu via ele escondendo as cartas quando alguém começava uma briga.

- Tô surpresa que você não viu o momento exato que eu escondi as minhas cartas. - Murmurei colocando o meu joelho direito do lado da perna do James.

O seu olhar caiu para a minha perna, coberta pela calça do pijama branca com detalhes em rosa, e segundos depois voltou a subir para os meus olhos.

Eu podia jurar que o verde e azul dos seus olhos escureceram.

Senti a sua mão grande subir pela minha perna e apertar a parte de trás da minha coxa.

Prendi o sorriso mordendo o meu lábio inferior e peguei a correntinha de ouro do James, segurando a cruz na mesma entre os meus dedos.

Coloquei a minha perna esquerda do lado da outra perna do James e ele afastou as pernas assim que eu sentei no seu colo.

- Você devia estar se escondendo. - Ele sussurrou no meu ouvido quando eu me aproximei para beijar o seu pescoço.

Eu respondi rebolando a minha bunda contra a ereção que crescia embaixo de mim.

- Você me deve algo. - Lembrei subindo os meus beijos molhados.

continua...

O Inocente Aluno NovoWhere stories live. Discover now