19_ Os piores demônios estão na igreja.

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Heaven Quinn

- Fechado.

Ergui o meu queixo, inspirando e recuando para manter uma certa distância do James.

- Senta no banquinho. - Mandei, apontando para o assento de madeira que ficava perto da janela.

O James não me questionou. Ele se sentou no banquinho enquanto eu ia buscar as tintas, pincéis e um lápis.

Ele me observava, obedientemente sentado no banquinho de madeira, que talvez fosse um pouco pequeno demais para ele.

Deixei o meu olhar viajar pelos seus braços e pelas veias saltadas que ali se encontravam.

A camiseta preta simples que ele usava me chamou a atenção e eu abri um sorriso diabólico.

- Seria uma pena sujar a sua roupa. - Comentei me aproximando e o James quebrou o contato visual apenas pra abaixar o olhar para a sua camiseta.

- Seria. - Ele repetiu, semicerrando os olhos, e eu coloquei as tintas na mesa do lado da tela já preparada.

Ele já tinha começado a prever o meu lado diabólico e isso de certo modo me deixava feliz.

- E você ficaria bem melhor sem a camiseta. - Sorri, a minha mão tocando o seu braço e subindo pelo seu ombro para o pescoço, onde eu peguei a sua corrente de cruz na minha mão.

Ergui o meu olhar para os seus olhos adoráveis, que já me observavam como se eu fosse o único ser existente no mundo.

Ainda com a corrente de ouro entre os meus dedos, coloquei a palma da minha mão na lateral do seu pescoço, onde eu podia sentir o batimento cardíaco acelerado do James, que combinava com a sua respiração.

- Tira a camiseta pra mim, garotinho bonito? - Pedi e o James fechou os olhos como se eu tivesse acabado de dizer o melhor elogio pra ele.

Um pequeno sorriso cresceu nos meus lábios avermelhados quando o James começou a tirar a camiseta.

Na minha vida toda de vagabunda, eu já vi muita gente sem roupa, mas apenas o abdômen do James me fez inspirar em surpresa.

Algo pulsou no meio das minhas pernas e o meu olhar correu por cada detalhe do seu corpo que eu agora podia ver.

O seu peito estava firme, com os mamilos escuros, e eu conseguia contar 6 gominhos no seu abdômen.

Eu acho que devo agradecer ao meu professor de matemática por ter me proporcionado a capacidade de contar essa maravilha.

- Me dá a sua mão. - Mandei e quando o James estendeu a sua mão grande com os dedos longos pra mim.

Foi difícil segurar a tentação de colocar ela dentro da minha calcinha.

Peguei a mão e coloquei o lápis nela, me virando para a tela e deixando as minhas costas contra o peito duro do James.

Me sentei na sua perna, sentindo o seu joelho encaixar perfeitamente embaixo de mim. A medida que eu ia me ajustando, ele ia se posicionando cada vez mais no meio das minhas pernas.

Dei tudo de mim, até mesmo o cu, pra não rebolar contra o joelho dele.

- O que você quer desenhar? - Perguntei, posicionando o lápis na tela e mordendo o interior da minha bochecha.

- Você. - Ele sussurrou na ponta do meu ouvido.

Abri um sorriso gigante começando a guiar a mão dele pra fazer um bonequinho de pauzinhos.

Não, não eram pirocas, apenas traços.

Senti o James rir contra o meu ombro e eu continuei o desenho.

Tentei ajeitar o desenho o máximo possível, colocando na tela uma versão minha de Chernobyl.

- Da última vez que eu estive aqui, você tava pintando um quadro. - Ele mencionou e o meu olhar correu para encontrar a tela em um canto da sala.

Era o cenário de uma igreja, onde a sombra do padre era grande, assustadora e demoníaca. Os adultos não passavam de figuras em tinta preta, como se estivessem vazios. E as poucas crianças, olhavam para os pais de forma assustada, tentando os avisar do perigo, mas eram ignoradas.

- Qual foi o nome que você deu para a obra? - Ele perguntou, me pegando de surpresa e apoiando o seu queixo suavemente no meu ombro.

- "Os piores demônios estão na igreja." - Respondi, o meu olhar grudado na pintura e a respiração presa.

Tentei recuperar o meu fôlego, me levantando e me afastando do James, sem querer chocando contra a tela e quase deixando ela cair.

- Eu tenho fome. - Declarei sob o olhar preocupado do James que também tinha se levantado pra tentar evitar que eu morresse assassinada pela minha eu de Chernobyl.

Seria trágico, mas eu acho que mereceria a morte.

O diretor soltaria tanta risada que todo demônio no corpo assombrado dele ia sair correndo.

- Você vai fazer aquela piada do "me come"? - Ele perguntou, a testa franzida e eu imitei a expressão dele. - Algumas meninas já fizeram essa piada comigo. - Esclareceu e eu ergui as sobrancelhas entendendo.

- Eu faria, mas eu realmente tenho fome. - Confessei. - Você tem fome, meu garotinho bonito?

O James parecia ter estremecido, o seu olhar caindo para a minha boca brevemente antes de voltar a subir para os meus olhos e franzir as sobrancelhas.

- Mesmo se eu tivesse, não acho que tem muito que podemos fazer de madrugada. - Apontou.

- Eu me sinto ofendida por você duvidar dos meus métodos como sobrinha do diretor. - Coloquei a mão no peito. - Nós vamos para a cozinha do refeitório.

continua...

O Inocente Aluno NovoTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon