55_ A Heaven é a Heaven.

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Heaven Quinn

- Eu só fiz isso tudo porque a minha melhor amiga pediu, ok? - O Joel soltou exasperado, lágrimas se acumulando nos seus olhos.

- Quem é a sua melhor amiga? - O Nolan perguntou confuso.

- A Aubrey. - O Joel soltou como se fosse óbvio.

Eu soltei uma risada nasal, cerrando a minha mandíbula. O Joel se virou pra mim com o olhar assustado.

- Não conta nada disso pro diretor. - Ele pediu. - O meu pai... ele... - Negou com a cabeça, o seu olhar desesperado fixo no chão.

Eu não ia contar pro diretor. Eu tava planejando arruinar a vida do Joel com as minhas próprias mãos, mas ver o jeito que ele ficou só de imaginar que eu poderia contar pro meu tio as coisas que ele falou sobre mim, fez um sorriso aparecer no meu rosto.

- Por que eu não contaria? - Murmurei inclinando a minha cabeça para o lado e o Joel ergueu o rosto com os olhos arregalados, como se tivesse acabado de lembrar algo que seria a salvação dele.

- Eu tenho algo que você pode querer saber. - Ofereceu e eu semicerrei os olhos, esperando ele se aproximar.

O Joel sussurrou no meu ouvido e eu ergui as sobrancelhas, me controlando pra não soltar uma risada com a informação.

O Joel então se afastou e eu assenti pra ele ir embora.

Eu só percebi naquele momento a quantidade de pessoas em nossa volta que lentamente foram se afastando. Eu me soltei do James e encarei o Nolan, que já me observava curioso, esperando que eu contasse o que o Joel revelou. Alguns segundos depois, quando ele percebeu que eu não falaria, negou com a cabeça.

- Eu não sei como as pessoas continuaram acreditando nele, principalmente quando ele falou que terminou com você. - O Nolan comentou com indignação, antes de me lançar um sorriso. - Quem te deixaria?

Quem ficaria?

- As pessoas vêm e vão. Não é assim que a vida funciona? - Dei de ombros, cruzando os braços.

- É, eu acho que sim. - O Nolan piscou, um sorriso triste nos seus lábios.

O Nolan assentiu pra nós antes de ir embora e eu suspirei.

- Eu espero que você fique. - Escutei o James sussurrar e eu me virei pra encarar ele, encontrando o mesmo com as sobrancelhas franzidas, o seu olhar preocupado fixo no meu.

[...]

Me aproximei do meu tio, as folhas dos arbustos do labirinto roçando no meu braço enquanto os meus olhos estavam fixos na pintura que ele observava. A minha pintura.

O labirinto estava cheio de quadros de outros alunos, mas a maioria das pessoas pareciam apenas observar os meus.

Talvez eles estejam julgando.

Ninguém conseguiria realmente amar algo que eu fiz.

- Pintura feia. - Brinquei fazendo careta assim que cheguei perto do meu tio.

Ele soltou uma pequena risada, os seus olhos ainda grudados na pintura.

- Não. - Discordou e eu ergui o meu olhar para ele, observando a sua lateral. Os seus cabelos castanhos ondulados que cresceram um pouco mais do normal caiam sobre a ponta da sua orelha. - Ela está longe de ser feia.

O Inocente Aluno NovoWhere stories live. Discover now