Bon Voyage, KIM NAMJOON • 2

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Passaporte das Palavras

por _meninadojardim


Capítulo 2

Primeiro dia

A campainha soou bem ao fundo do meu sonho erótico.

A garota estava com os cabelos jogados sobre o rosto e eu estava muito empolgado para finalizar o trabalho que me propus a fazer. Eu era, realmente, muito bom naquilo. Ela agarrou os meus ombros com força e, de repente, seus cabelos foram afastados do seu rosto, revelando os seus grandes olhos azuis em meio aos gemidos sôfregos que lhe escapavam dos lábios rosados.

Olhos azuis? Gemidos sôfregos?

Soltei um palavrão bem audível e me sentei na cama com a respiração descompassada. Senti um latejar forte nas minhas partes baixas e grunhi com o incômodo rígido que eu tinha dentre as pernas.

Eu mato aquele cosplay* de folha de sulfite! Ah, Yoongi, você me paga!

A campainha soou novamente, me alertando de que eu estava na vida real e que a minha solidão me obrigaria a resolver aquele "pequeno incidente" sozinho no banheiro.

Passei as mãos no rosto e baguncei o meu cabelo. Continuava exausto. O celular marcava oito e quarenta e sete da manhã, mas eu jurava que aquele sol poderia muito bem ser do meio-dia.

Fuso-horários me deixavam de mau humor.

A campainha voltou a soar e eu suspirei de frustração.

Ou a pessoa não queria entender o recado e ir embora, ou era simplesmente lesada.

Mesmo contra a minha vontade, acabei me enrolando em um dos cobertores grossos que estavam sobre a cama, me cobrindo da cintura para baixo, e segui para a porta. A campainha tocando, tocando e o meu corpo se arrastando, se arrastando...

Se o perturbador não queria me dar algum tempo para resolver os meus "problemas" matinais, ou, até mesmo, me deixar abrir os olhos direito, por qual razão eu me preocuparia em manter o código de ética intacto naquela situação?

Não, eu não pouparia o constrangimento de quem quer que fosse que estivesse perturbando o meu sono – meu sonho – ou minha paz.

Outra coisa que também me deixava de mau humor: ser acordado.

- Eu não pedi nada. – Abri a porta sem nenhuma cerimônia, um bocejo repentino fez minha voz ficar mais alta do que eu pretendia.

- Ah, me desculpe. – A garota desviou os olhos do meu tronco desnudo e ficou sem-graça. – Mas achei que precisava de uma guia-turística.

Minhas covinhas intrometidas se mostraram sem a minha permissão assim que a dona dos olhos azuis voltou a me encarar. A protagonista do meu sonho erótico de alguns minutos atrás estava bem ali na minha frente e eu logo fiquei corado, abaixando a cabeça.

- Você deve achar que eu tenho algum problema em usar roupas – brinquei nervosamente –, mas é só que elas vivem se escondendo de mim.

- Bom, eu não posso julgá-lo – ela riu, mas seus olhos passearam discretamente por todo o meu corpo –, eu também sou um desastre em organizar as minhas coisas.

- O que é bem contraditório, imagino, levando em conta o seu trabalho.

A conversa me distraiu e eu fiquei bastante aliviado por estar devidamente camuflado na parte de baixo. Eu não era tão pervertido quanto aparentava ser, e eu não queria que ela pensasse aquilo de mim.

Bon Voyage • BTSOnde as histórias ganham vida. Descobre agora