Bon Voyage, KIM NAMJOON • 7

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Passaporte das Palavras

por _meninadojardim

Capítulo 7

Sexto Dia

Desliguei a chamada de uma hora e meia com o Yoongi e acabei me jogando na cama gargalhando. Apesar de ser muito pervertido e impaciente, o meu amigo ranzinza sabia dar ótimos conselhos.

Depois de desabafar longamente sobre o que tinha acontecido entre a Cathy e eu no dia anterior, ele só pontuou com a sua voz séria: "escreva para ela, não há nada mais profundo e significativo no mundo do que um escritor que sabe tocar as pessoas com as próprias palavras".

E foi o que eu me determinei a fazer: passei o dia inteiro escrevendo.

Utilizei-me de todas as minhas artimanhas inspiradoras para me manter focado. Café, música, cortinas fechadas, um pouco de pressão do meu subconsciente sobre o pouco tempo que restava e Cathy, o beijo dela era sensacional.

Quando já era quase sete horas da noite, consegui me dar uma folga.

Droga, eu tinha que vê-la, não podia desperdiçar os meus últimos momentos naquele lugar sem a presença dela.

Estava na hora de colocar em prática a segunda parte do conselho.

Tomei um banho e apreciei a sensação relaxante da água quente nos meus músculos tensos. Coloquei uma bermuda jeans, um blusão de moletom cinza com capuz, calcei os meus tênis mais confortáveis e desci até a recepção.

A moça do balcão não conseguiu me ajudar, ou não quis – eu nunca chegaria a uma conclusão. Eu não saberia onde procurá-la, era péssimo em sexto sentido e não queria estragar nada para ela ao abordá-la no trabalho.

Pensa, Namjoon, pensa, pensa, pensa...

Eu decidi voltar para o corredor no andar do meu quarto e acabei esbarrando em alguém: Sally.

- Você precisa me ajudar. – Eu a segurei pelos ombros, minha voz meio desesperada. – Preciso falar com a Cathy.

- Ela foi embora mais cedo. – Foi só o que ela disse, logo me fazendo tirar as mãos de cima dela. – Algum problema, Namjoon?

Eu cocei a cabeça, constrangido.

- Quero levá-la em um encontro. – Consegui sorrir minimamente.

Ela cruzou os braços e me mediu de cima a baixo.

- Você é estrangeiro – ela começou a contar nos dedos –, sua cultura é totalmente diferente da nossa, mal nos conhecemos e você vai embora amanhã. Acha mesmo que eu vou te ajudar?

Eu fiquei com o olhar perdido, abrindo e fechando a boca, sem saber o que dizer.

- Você está absolutamente certo! – Sally bateu algumas palminhas animadas e mal conseguia conter o riso. – Vai, anota aí, vou te passar o endereço dela.

Menos de vinte minutos depois eu já estava parado, nervoso, com as mãos suando e a respiração descompassada, bem na frente da sua porta. Resolvi não ser tão estranho – mesmo que fosse tarde demais para pensar naquilo – e acabei mandando uma mensagem para ela.

Consegui descobrir que Cathy estava em casa, com dor de cabeça e fazendo um tal de Fish and Chips – que, segundo o Google, era um dos pratos mais "tradicionais" da Inglaterra.

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