Bon Voyage, KIM NAMJOON • 3

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Passaporte das Palavras

por _meninadojardim

[N/A]: HEY, olá, estou atrapalhando vocês um pouquinho só para avisar que temos uma playlist para a história! O link está aqui nos comentários e recomendo que vocês escutem as músicas nesta ordem:

1) Night Changes - One Direction

2) She's Got The Devil In Her - Buddy Guy

3) One Kiss (with Dua Lipa) - Calvin Harris


Capítulo 3

Segundo Dia

Virei a noite conversando com os meninos e, apesar do fuso-horário, a nossa amizade não mudou em nada.

Todos eles, sem exceção, ficaram enchendo a minha paciência sobre a Cathy.

Eu parecia ter arranjado uma dor de cabeça insistente ao mencioná-la para aqueles moleques que, só sabiam rir e zombar de mim. Porém, eu não conseguia evitar o sorriso fraco que surgia em meus lábios todas as vezes em que os ouvia desejar estarem em meu lugar. Também queriam fazer uma viagem igual a minha, somente para se apaixonarem por uma garota bonita e estrangeira.

"Eu não estou apaixonado", foi a frase que eu mais repeti naquela noite, seguida por "Nós não transamos, calem a boca", só para ouvir a peste do Hoseok completar com um "ainda".

Óbvio que eles apenas gargalharam de mim e murmuraram um "aham" debochado.

E mesmo que eu não admitisse para os meus amigos, eu estava ansioso para vê-la outra vez.

Mas isso não quer dizer que eu esteja me apaixonando, pensei, não mesmo.

Depois de tomar um banho quente para tentar colocar as ideias em ordem, uma ansiedade gostosa começou a borbulhar no meu peito e eu senti os dedos das minhas mãos se agitarem com o desejo de criar. Eu precisava escrever.

Corri para o meu notebook e, tendo um insight enquanto o sol começava a nascer no horizonte, comecei a digitar avidamente em suas teclas macias.

Fazia tempo que eu não sentia aquela sensação tão libertadora de poder tornar real – através das palavras – o mundo inteiro que se formava dentro da minha mente. Meu cérebro estava sendo bombardeado por informações e sentimentos vindos de diferentes inspirações. Minha cabeça estava em êxtase. Tudo parecia se encaixar perfeitamente no enredo mágico que seria a salvação de toda a minha carreira como escritor de terror/mistério e, então...

Eu apaguei tudo.

- Droga, droga, droga... – xinguei sozinho, bagunçando os cabelos e dando um soco sobre a mesa de madeira do hotel. – Eu não sou escritor de romance... Isso não vai dar certo. O que eu estou fazendo?

Eu sempre escrevi livros sobre mortes e pessoas macabras. Meu revisor já estava acostumado com aquele ritmo específico de história e, um romance, não atenderia às expectativas da minha editora, nem dos meus leitores. Eu queria salvar a minha carreira e não a afundar ainda mais.

Frustrado, decidi sair um pouco para espairecer.

Tentei me acalmar, dizendo a mim mesmo que eu ainda tinha tempo. A minha guia-turística poderia me ajudar a desvendar as muitas histórias assustadoras que aquele lugar encantador poderia me oferecer.

Bon Voyage • BTSOnde as histórias ganham vida. Descobre agora