Bon Voyage, KIM NAMJOON • 6

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Passaporte das palavras

por _meninadojardim

Capítulo 6

Quinto Dia

Cathy me puxou pela mão e eu só me permiti ser guiado...

Ela usava um vestido longo de alças grossas que era solto por todo o seu corpo, menos em sua cintura, que estava delirantemente marcada por um cinto fino. O tecido era todo estampado por formas geométricas minúsculas que se entrelaçavam entre galhos secos aleatórios.

Estilosa, inteligente e intrigante: minha guia-turística de olhos azuis.

A mesma que estava me fazendo conhecer um pouco da Inglaterra e me desafiando a não ficar encantado por cada detalhe da mulher fantástica que ela estava me mostrando ser.

Eu já tinha jogado a toalha e desistido de resistir a ela.

Dane-se, eu quero essa mulher para mim.

– Vamos entrar, Joonie, anda! – Cathy estava sorrindo enquanto me obrigava a acelerar o passo para dentro daquela construção antiga.

Brontë Parsonage Museum, a casa da família literária Brontë, do século XIX.

A entrada não foi cara e não tínhamos demorado nem meia hora de carro para chegarmos ao local, porém, eu teria vendido até as minhas meias se necessário, só para ver aquela reação impagável da Cathy.

Admirei a simples construção antes de subir os poucos degraus até a porta de entrada da casa e, não fiquei tão impressionado, já que era basicamente como todas as outras moradias do local: imponente e bela.

Entretanto, assim que passamos para o lado de dentro da casa eu fui obrigado a morder a língua, porque fui transportado imediatamente para outra época, outro século.

– Isso é incrível! – Cathy verbalizou os meus pensamentos e tentou não gritar de empolgação no meio do cômodo. – Estamos na sala onde Emilly Brontë viveu! Você está vendo essa poltrona? Olha essa estante... Meu Deus, isso aqui é um exemplar de O Morro dos Ventos Uivantes?

Enquanto Cathy surtava espiando cada coisa que os seus olhos pudessem alcançar e que os seus dedos pudessem tocar sem quebrar, eu caminhava lentamente com as mãos nos bolsos da calça observando as prateleiras antigas e as compactas caixas de vidro trancadas com os objetos de "valor" da casa.

Era impressionante como as coisas pareciam estar bem conservadas e intactas, cada xícara decorada, cada móvel de madeira escura, cada livro, cada acessório de vestimenta e cada quadro pintado... Tudo continha um valor sentimental inquestionável para qualquer um que entrasse ali.

Os cômodos não eram grandes, na verdade, muitos deles pareciam cubículos de tão pequenos, e, também não eram tão organizados. Era comum ver coisas espalhadas pelas mesas, papéis jogados, roupas desdobradas e xícaras sobre pratinhos de servir em qualquer lugar. Dava a impressão de que a qualquer momento os moradores da casa iriam chegar e nos pegar no "flagra".

Vimos todos os cômodos, paramos em todos eles e tiramos fotos de cada canto possível, porém, Cathy se demorou especialmente no quarto da Emilly. Era simples, como todos os outros, uma cama, um armário, uma escrivaninha não muito espaçosa e as coisas dela: roupas, tecidos de cama, papéis, tinteiro e uma cadeira.

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