Bon Voyage, JUNG HOSEOK • 5

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À Um Passo De Você

por: npockyx

Capítulo 5

Depois de um beijo, eu realmente nunca sei o que fazer. Ficar parado e olhar pra pessoa. Fazer um carinho no rosto dela e sorrir. São coisas que qualquer ser humano normal faria, mas eu... Ah eu simplesmente travo, não consigo abrir meu olho, não consigo mover um músculo sequer. Não era bem sentir vergonha, era como se fosse realmente uma missão impossível, passar dessa fase era mais complicado do que comer doce quando saio de uma dieta.

Porque geralmente são isso que garotas esperam. Um elogio, um abraço, um afago na nuca, um beijo na bochecha depois de trocas de saliva. Mas eu não consigo. Não dá!

Anelise também ficou parada, e eu só realmente conseguia ouvir a respiração dela, batendo fraca contra a minha boca, ouvia seus suspiros baixinhos quando meus dedos se remexiam em sua cintura. Ou quando eu movimentava meu rosto devagar e ela possivelmente pensava que eu a beijaria.

— Melhor irmos, ou vamos perder o horário. — Sussurrei, me afastando devagar e olhando para ela. As maçãs do rosto estavam levemente avermelhadas, a boca um pouco inchada e seus olhos estavam perdidos no meu.

— Ainda não te levei pra comer stroopwafel. — Parei de andar, sentindo meu corpo preso no lugar quando ela agarrou minha mão. Seu aperto era firme, e eu sabia que ela não me deixaria ir embora sem antes provar esse tal stroopwafel. — Tem uma cafeteria aqui que serve um maravilhoso, por favor. — Ela formou um biquinho, enquanto tombava a cabeça para o lado.

Anelise havia feito aquela carinha, de cachorro pidão, ou um cachorrinho abandonado na chuva. Literalmente. O seu sorriso apareceu quando ela se aproximou do meu corpo, envolvendo meus braços em sua cintura.

— Stroopwafel é melhor que panqueca, eu juro.

— Anelise.

— Por favor, eu prometo que te levo a um lugar depois disso. — Suspirei fundo, olhando ao redor, vendo que ainda chovia muito forte.

— Tudo bem, mas se nos atrasarmos, você vai ter que arranjar um lugar para eu dormir. — Ela sorriu mais ainda, enfiando nossas mãos dentro do bolso da minha jaqueta e me guiando pela calçada.

Não falamos nada até chegarmos a cafeteria, mas eu sabia que ela estava bem com o beijo, assim como eu. Só que ela parecia menos nervosa, menos ansiosa. O jeito que ela segurava minha mão era mais firme, o jeito que ela sorria continuava gracioso, e até mesmo o jeito de falar com a atendente que perguntava o que queríamos.

— Vem, vamos sentar. — Senti de novo ela me puxar em direção a alguma mesa, tirando seu casaco e o cachecol que eu havia colocado em volta do pescoço dela.

Nos sentamos em um tipo de sofá, a nossa frente tinha uma mesa de centro baixa, com revistas e guardanapos. Na lateral do café possuía uma televisão e mesas altas. Mas ali era confortável, ainda mais sentindo o toque da mão de Lise.

— Você tá bem estranho. — Sussurrou, mexendo na manga da minha jaqueta.

— Não costumo sair muito. — Dei de ombros, finalmente dizendo aquilo em voz alta. Não me deixou leve, me deixou com vergonha.

— Você quer dizer em encontros ou lugares diferentes? — Suspirei, olhando para o dedo dela e vendo um machucado que eu não notei antes.

— Talvez os dois. — E então eu ouvi a risada dela, ressoando como uma música clássica, sentindo seu aperto em minha mão e seus olhos de água voltando a me observar.

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