Capítulo 06 - Doeu mais em você ❤

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Diego narrando

— Porque diabos você não me escuta, Lore?

— Diego... Lindo Diego. Meu herói, como eu gosto de te chamar. Não me enche o saco! – Rosna ela do outro lado da linha, onde eu podia escutar as vozes das pessoas bêbadas.

— Porque tem tanta gente aí hoje? A essa hora? Bando de...

— É aniversário do dono e ele liberou a bebida, por isso. Olha eu tenho que desligar. Até mais tarde. – Ela desliga na minha cara, sem me deixar dizer sequer mais uma palavra.

— Ela fez aquilo de novo? – Rebecca se aproxima colocando sua mochila nas costas e pegando a chave de sua moto.

— Sim. – Jogo o celular no sofá.

— "Meu herói" – Imitou a voz de Lorena, fazendo-me rir. — Eu to indo na faculdade. Vou destrancar meu curso. – Ela se explica, antes de me deixar perguntar.

— Eu também vou ir. Tenho mais um ano de administração para terminar. – Digo, colocando minha jaqueta.

— Sempre que eu te vejo assim eu lembro do Diego de sete anos atrás. – Ela me olha de cima a baixo.

— Eu sei que agora eu estou mais bonito – Estufo o peito.

— Não. – Ela diz séria abrindo a porta e saindo.

Prefiro ignorar e apenas vou atrás dela. Que já estava em cima da sua moto.

— Onde está minha irmã? – Ela pergunta me dando um capacete.

Vou até ela e tiro-a da frente da moto, mesmo fazendo cara feia ela não diz nada. Sabia que eu não a deixaria pilotar de jeito nenhum.

— Senhor Fontenelle, não prefere ir de carro? – Meu motorista perguntou.

— Não, eu vou com ela, assim evito que ela mate alguém. Eu sei que não vou convencer ela ir de carro, então... – Subo na moto e coloco o capacete e ela faz o mesmo.

No fundo eu agradeço a Rebecca por gostar tanto de moto, assim, eu posso reviver meu velho eu por alguns minutos. Ficamos em perfeito silêncio até chegar na faculdade, que não ficava muito longe. Eram quase quatro da tarde e como estava em período de férias, apenas o andar administrativo funcionava junto com a biblioteca.

— Você vai pedir transferência mesmo? – Pergunto para ela, que ajeitava seu cabelo depois de estacionarmos a moto.

— Sim. Não acho que ficar em Artes combine comigo – Responde.

— E o que combina com você? – Questiono, e ela para, para pensar.

— O que você acha? – Ela balança as sobrancelhas, enquanto começamos a caminhar em direção ao prédio.

— Hum... – Balbucio. — Acho que Artes combina com você.

— Palhaço – Ela bate no meu ombro.

— Estou falando sério. Você pode apenas mudar o departamento. Em vez de Artes Cénicas, pode ser uma pintora, escultora. Você desenha super bem Rebecca.

— Quem sabe? – Torce o nariz.

— Você não vai seguir meu conselho, né? – Ela me olha.

— Ainda bem que você sabe. – Ela aperta meu ombro e vai andando na minha frente.

Ao entrarmos no prédio administrativo, vamos até a secretária. Rebecca é atendida primeiro e em seguida eu. Eu sei que ela não ia me esperar, então nem me dou ao trabalho de ficar com as chaves da moto. Quando entro, as coisas acontecem bem rápido depois que digo meu sobrenome – não me acostumo com as facilidades de se ter dinheiro, mesmo sem pedir, você ganha muito do que não merece – quando enfim, a faculdade está destrancada e posso continuar exatamente de onde parei – ah, as facilidades – saio da secretaria e vou para o campus dar uma olhada.

O preço de amar a CristoWhere stories live. Discover now