Capítulo 58 - Cantinho o céu ❤

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Alana narrando.

1 mês depois...

- Estamos aqui hoje, reunidos no centro da nossa querida cidade, bem em frente ao colégio que agora é um memorial para nós. Um memorial de uma triste tragédia que levou diversas crianças, adolescentes, professores e funcionários a morte, mas também que foi onde vimos o livramento divino. Eu não consigo expressar tamanha tristeza, mas como prefeito da cidade, só peço perdão por termos falhado com vocês. Eu sei que muitos vão acreditar que é pura mentira o que estou falando e não vou dizer que nunca menti para vocês, porém, eu nunca vi Deus agindo tão fielmente como no massacre que ocorreu no Colégio Recomeço. - Vi os olhos dele encherem-se de lágrimas, verdadeiras. - Hoje, aquele colégio será um orfanato que abrigará milhares de crianças que não tem onde viver e jovens que perderam o rumo. Além disso, também mudaremos o nome do colégio. Agora é o Orfanato Cantinho do Céu.

- Você acha que ele é sincero? - Lorena me perguntou, segurando meu braço.

Eu estava usando uma muleta, pois havia quebrado a perna depois de tudo e ainda estava me recuperando. Hoje ainda era o primeiro dia da minha alta do hospital, mesmo que me dissessem para ficar deitada em casa, eu tive que vir ver esse local pela ultima vez.

- Eu não sei, mas eu pelo menos, queria que tudo fosse diferente - Deixei uma lágrima escapar.

- Deus foi misericordioso Alana, não se entristeça pensando nos seus alunos que morreram, mas sim nos que sobreviveram. - Diego me dá um beijo na bochecha rápido e eu assinto com a cabeça.

- Tia Lana - Catarina me chama e olho para frente. - Não chora não. - Sorriu.

Ela tinha um ar triste e nos seus olhos eu via tanto trauma, mas eu oro a Deus pedindo que faça os que passaram por isso se reconfortar Nele e encontrar felicidade e aos que perderam seus filhos que sejam consolados pelo Espirito Santo.

Eu tenho que ser grata a Ele por ter livrado a minha filha. Ela que nunca fica doente ou fica com muita dificuldade, ficou naquele dia. Eu sei que foi Ele.

- Eu não devia falar de religião aqui - Continuou o prefeito, fazendo-me olhar para ele novamente. - Mas eu preciso. Eu acho que foi Deus sim que salvou seus filhos e... Para aqueles que tem a dor de ter perdido alguém, isso não foi culpa Dele, mas sim... Da maldade do homem. Eu perdi alguém também nesse dia. Perdi uma sobrinha que trabalhava na secretaria e que só estava no lugar errado, no momento errado. Mas depois de ver um veneno tão mortal não sendo capaz de matar todas as crianças eu não tive outra escolha a não ser acreditar. Quem mais pode fazer um milagre tão imenso?

Coloquei a mão na boca e comecei a chorar sem parar. Eu sei o que Deus me disse, o plano Dele não acabou para mim e por isso eu quero viver enquanto Ele soprar sua vida em mim, porém, eu sou carne e sinto a dor da morte de cada pequeno que se foi pela maldade do meu irmão.

- As crianças montaram um coral para honrar esse dia, que agora será um feriado na nossa cidade. Um dia para lembrar, para confortar as famílias, um dia para as pessoas se alegrarem com o livramento do céu, o Colégio Recomeço se torna Orfanato Cantinho do Céu.

- B-Boa tarde... - Catarina pegou o microfone.

Ela e as outras crianças vestiam branco. Pareciam brilhar.

- Vamos cantar uma música. - Ela pigarreou ainda nervosa. - E-Eu... Bem, agradecemos a todos por virem e... Espero que todos sejam felizes, pelo menos tentem.

Olhei para todos eles, mas vi que o que segurava as lágrimas era Paulo, que havia perdido seu amigo, André.

O instrumental começou e eu já reconhecia a música. O silêncio tomou a multidão e pela primeira vez vi os fotógrafos respeitando o momento e parando com suas luzes em cima de todos.

O preço de amar a CristoWhere stories live. Discover now