Capítulo 12 - Você não olhou para trás ❤

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Alana narrando.

Mais uma vez eu estava no bar no qual Lorena trabalhava, apesar dela nem olhar na minha cara e continuar servindo as mesas, eu fiquei ali do lado de fora esperando qualquer olhar, mesmo que de desprezo, para mim.

Depois do desastre da minha conversa com Diego, pelo menos eu queria tentar conversar com ela, mas parecia que ia dar no mesmo. Fracasso. Assim como eu pensei, todos eles me odeiam profundamente.

— A senhorita deseja algo? – Um homem com avental se aproximou de mim, com um pouco de insatisfação no olhar.

Eu entendo, eu não estou pedindo nada e ocupando uma mesa.

— Eu quero uma agua e batata frita. – Pedi e ele sorriu forçado, saindo para buscar meu pedido.

Depois de alguns minutos, Lorena puxa a cadeira e empurra meu pedido para mim e senta-se com as pernas cruzadas.

— Quando tempo vai ficar aqui? Meu chefe vai reclamar comigo. Você voltou para me atrapalhar, por acaso? – Rosnou entredentes.

— Lorena... Eu só quero ter a chance de conversar com você.

— Estamos conversando agora e espero que o papo já tenha acabado. Vá embora, por favor... – Ela revira os olhos e se levanta, mas em vez sair, ela continuou parada ali, então elevei meus olhos e vi que ela estava olhando para detrás de mim.

Com os meus olhos segui os dela para ver o que a tinha deixado com a expressão assustada. Então eu vi: Arthur e Diego na calçada, os dois ofegantes. Arthur cravou os olhos nela de imediato, apesar de eu estar com os meus olhos em Diego, eu não pude deixar de notar isso na minha visão periférica.

Fiquei paralisada. Porque estavam se olhando assim?

Porque eu estou feito uma idiota olhando para Diego, que está tentando ao máximo desviar seus olhos de mim? Eu sou estupida.

— Que maravilha. Parece que minha vida agora será um inferno! – Lorena rosna, tirando seu avental e jogando-o no chão, saindo do bar com os pés firmes no chão.

— Lore! – Diego a chama e na hora vai atrás dela.

Arthur abaixa sua cabeça e eu me levanto da cadeira. Eu não tinha o direito de consolá-lo, por mais que sentisse que era disso que ele estava precisando agora. Seus olhos baixos e marejados. Há quanto tempo esses dois não se falam?

Eu me aproximei dele bem lentamente e apenas coloquei a mão no seu ombro. Eu sabia que era inútil porque como os outros eu seria rejeitada por ele também. Ele levantou a cabeça e as lágrimas que estavam seguras em seus olhos escorreram livremente assim que ele me olhou. E então...

Um abraço forte me envolveu, fazendo com que eu me sentisse completamente assustada e paralisada.

Então eu chorei junto com ele. Meu amigo que me abraçava muito forte e deixava suas lágrimas pairarem sobre minhas costas. Eu não estava nem aí se naquele local o cheiro de álcool estava tão forte que eu não conseguia sentir o perfume das flores em volta e nem as pessoas mal-encaradas. Eu só queria aproveitar aquele momento e, se possível, eu queria paralisar.

— Não me leve a mal... – Murmurou, afagando meus cabelos — Eu não te perdoei. – Ele olhou para mim e prosseguiu: — Eu pensei que nunca mais ia te ver. Eu juro que pensei que Deus ia tirar você de mim para sempre.

— Eu senti sua falta. – Ele colocou suas mãos, que agora estavam bem mais ásperas no meu rosto e limpou minhas lágrimas e em seguida me abraçou mais uma vez.

Seu choro cessou depois de alguns minutos ali, mas eu queria chorar ainda mais. Eu não estava aliviada ainda. Eu senti tanta saudade que não estava pronta para largar o abraço dele.

O preço de amar a CristoWhere stories live. Discover now