Capítulo 57 - Uma vida sem Ele ❤

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Alana narrando.

Vislumbrando todas as pessoas que mais amo nessa sala branca eu me senti tão agraciada por Deus. Ele me deu uma chance de recomeçar minha vida do zero. Eu sei que eu deveria chorar por tudo que me aconteceu, porém eu apenas consigo sentir um peso enorme saindo das minhas costas e um alivio me inundar por completo.

— Ma... – Eu tinha certa dificuldade de dicção, então respirei enquanto sentia os olhares deles vindo diretamente para mim — M-Maressa... – Balbucio com minha garganta quase rasgando.

— A Blanca e o Alex estão cuidando dela. Ela não sabe de nada ainda. – Diego respondeu. — Achei melhor esperar até que tudo estivesse resolvido.

— B-Bom... – Sorri o quanto pude.

Diego ainda segurava firme minhas mãos e tinha lágrimas em seus olhos. Queria muito falar com ele e dizer o quão feliz estou por vê-lo bem e ao meu lado, mas no momento apenas poucas palavras iriam sair e não iam descrever o que eu sinto.

— P-Pablo... – Murmurei, queria muito saber do meu irmão.

Apesar de todos aqui não sentirem o que eu sinto por ele, eu realmente queria vê-lo, mesmo que estivesse atrás das grades. Dessa vez eu quero simplesmente ouvir a sua motivação para ter feito tudo o que fez. Eu preciso ouvi-lo dizendo.

— É melhor você dormir por agora e depois conversamos sobre isso. Está bem? – Arthur sugeriu. Era perceptível minha agitação, eu queria muito vê-lo agora. — Eu sei que você quer ver, mas... Você não consegue falar bem agora, só mais algumas horas. – Ele acaricia minha cabeça.

Ele tinha um bom argumento afinal. Eu somente aceitei.

Todos eles saíram do quarto, deixando-me a sós com minha avó, que tinha um olhar triste. Ela não consegue mentir, nem me esconder seus verdadeiros sentimentos.

Só queria poder falar abertamente com ela, que eu sei o que ela está sentindo, mas não consigo dizer uma frase inteira.

— Vovó... – Ela me olha e uma gota de lágrima já escorre por sua maçã do rosto.

— Não se esforce querida. Deixe-me falar com você. – Ela coloca minha mão entre as suas, enrugadas e macias, seu cheirinho de avelã me deixou com vontade de abraça-la. — Eu preciso que você esteja segura. Eu sei que o Diego vai empenhar bem o papel de protetor, pois vejo nos olhos dele o amor por você. Mas preciso que, se de alguma forma você precise, ligue para mim. Não me esconda as coisas. – Ela enxugou suas lágrimas. — Eu sei que se preocupa com esse velho coração, mas me dói mais não saber o que está acontecendo com você.

— E-Eu... Não vou mais... M-Mentir – Disse e ela apenas sorriu.

— Agora durma, mais tarde falaremos mais.

— J-Já dormi d-demais... I-Irmão... – Voltei ao assunto.

Eu não queria dormir. Já tinha ficado várias horas inconsciente, foi o suficiente.

A porta se abriu antes da minha avó poder falar algo, era meu avô.

— Seu irmão se foi, Lana. – Ele respondeu.

Não sei exatamente o que eu estou sentindo. Acho que o choque da primeira "morte" foi maior e mais doloroso. Eu fiquei extremamente feliz quando o vi vivo, mas agora... Ele realmente se foi?

— Querida, ele... Ele se jogou de um carro em movimento. Acho que a culpa o consumiu – Minha avó falou. — Ele teve morte cerebral.

— É irônico que ele, que te deixou nesse estado, tenha salvado a sua vida. – Meu avô continua. — Você precisava de um rim, e como apenas ele foi o compatível suficiente, sua avó e eu decidimos que seria assim.

O preço de amar a CristoUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum