Capítulo 31 - Adeus, meu amigo ❤

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Saímos da sala depois de muito debater sobre como deveríamos abordar a Maressa e se isso era realmente necessário. Lá estava quente e apertado, eu já estava ficando sem ar. Não conseguia ficar mais um minuto olhando para a expressão cínica do meu irmão. Eu queria muito saber porque em vez de direito ele não escolheu teatro. Ele é um ótimo ator.

Eu não sabia mais o que pensar sobre ele. Talvez eu estivesse equivocada, mas aquele papo de querer o melhor para mim não passava de mais uma das suas mentiras, de uma lista imensa delas.

Queria muito que meu irmão tivesse a capacidade de enxergar a luz no fim do túnel. Que ele visse o quão mal ele está se fazendo. No final de tudo, ele é o que mais irá sofrer. Uma das piores coisas que o homem enfrenta é a solidão. E ele passa por isso. Mesmo estando casado agora – o que é totalmente estranho – ele não é feliz. Não vejo o brilho de alegria em seu olhar. A única coisa que vejo é uma amargura sem fim.

— Bem, maninha. Parece que mesmo com mais testemunhas que eu, você está em desvantagem. – Estávamos todos do lado de fora, indo em direção ao estacionamento.

— E porque você acha isso, maninho? – Rebati com um sorriso forçado.

— Alana... – Diego pegou minha mão.

— Não, espera Diego, eu quero muito ouvir. – Coloquei a mão sobre a dele e voltei a olhar meu irmão.

— Você tem uma menina que fugiu de casa e foi se tornar uma qualquer na rua, não tem moral alguma e um mecânico que tem depressão pela morte da esposa. – Ele aponta para Arthur e Lorena.

Eu sabia que Lorena logo viria lhe esbofetear, então olhei para trás, porém Arthur a segurava com força e antes dela dizer algo a empurrou para dentro do meu carro.

— Quem mais vai testemunhar a seu favor? Essa mulherzinha que vive a vida em baladas e seu meio irmão? Eu sei o histórico familiar deles, que tragédia você ter se apaixonado pelo seu padrasto, Cecilia. – Ele sorriu de canto para ela. — Um bando de gente sem classe, até mesmo você, senhor Reed, que era o único que eu considerava alguém que valia a pena, agora, é só um advogado que perdeu um filho por causa de uma ex vagabunda.

— Olha aqui, Pablo. – Mesmo abalada com algumas revelações, apenas apertei a mão do Diego e prossegui: — São anos de histórias trágicas, realmente. Todos nós temos nossa bagagem da vida, mas quando se é humano o outro lado aparece. Temos aqui um homem que superou a pior perda que podia enfrentar, sozinho, guerreiro e ótimo amigo – Olhei para Arthur — Uma mulher incrível que não se deixou abalar por ter sido rejeitada. Outro homem que mesmo perdendo uma preciosidade que é ter um filho, continuou com esperança na humanidade, se não fosse assim não continuaria sendo advogado. Cecilia se apaixonou, uau que pecado. Ela tem amor no coração o que é maravilhoso, mas acho que nem adianta eu começar a falar de amor com você. Você não sabe o que é amar. – Retruco.

— O que você...

— Cala a boca! – Apertei os olhos e os abri mais uma vez.

— Eu não vou mais escutar suas ofensas e nem deixar que suas palavras entrem no meu coração. Eu acredito em Deus e sei que só Ele pode curar você, mas eu não posso e não vou mais tentar acreditar que sou capaz disso. – Virei-me.

— Você, com o tempo, vai perceber que Deus odeia a humanidade. Ele só criou o ser humano para brincar de marionete com o diabo. – Continuou, mas quando ia me virar para rebater, sinto a mão de Diego nas minhas costas e então olho de lado para ele, que pedia com os olhos que eu continuasse meu caminho para o carro.

Assim o fiz.

Entramos nos carros. Cecilia e George foram com Shawn. Arthur, Diego e Lorena junto comigo. Marcos estava silencioso no carro, porém eu via, através do espelho, que ele tinha um brilho no olhar ao fitar seus olhos escuro em mim. Acho que tem uma pontinha de orgulho ali.

O preço de amar a CristoWhere stories live. Discover now