Alana narrando.
Os dias foram se passando mais tranquilamente, na medida do possível, recebi visita do Shawn para me explicar várias coisas do testamento e sobre processos que eu poderia abrir contra meu irmão. Principalmente em cima do fato de que ele já me agrediu fisicamente e eu tenho uma criança em casa agora.
Eu sempre ia para faculdade depois de leva-la na escola, claro que com a ajuda de Cecilia sempre ficava tudo bem mais fácil para mim. Ela realmente veio em bom momento. Apesar das brigas constantes entre Pablo e ela, eu estava bem mais calma.
Na empresa de Diego, ele e eu mantivemos o controle. Afinal, nem trabalhávamos exatamente juntos. A sala em que eu ficava era cheia de estagiários e nós ficamos bem ocupados por toda a tarde. De noite ele me levava para casa e apenas conversávamos no caminho, no máximo um selinho, nada mais que isso.
Realmente eu estava curtindo esse lance de ir devagar, mas acho que ele está levando muito a ferro e fogo. Ainda nem paramos para conversar sobre o que realmente queremos um do outro e, eu nem o conheço mais tanto assim. Tem um buraco de sete anos que ainda não foi preenchido, mas tudo tem seu tempo.
- Lore - Eu estava na biblioteca da faculdade.
- Eu já disse para parar de me chamar assim. - Bufou. - O que você quer?
- Esses livros - Eu arrastei o papel com o nome dos livros para ela.
- O que você tem? - Ela saiu de trás do balcão e pegou a escada para pegar os livros que estavam no alto.
- Quer mesmo ouvir ou só está perguntando por educação? - Espremi os olhos e ela riu.
- Um pouco dos dois. Faz uns dias que você está toda murcha, o que é, o Diego não te agrada mais? - Olhei-a mortalmente. - Que foi? Eu moro com ele, tolinha.
- Eu sei bem disso - Rebati. - É que ele... - Parei no meio da frase.
- Ele o que?
- Deixa para lá. - Assino a folha de comprovante e pego os quatro livros que me foi dado.
- Alana - Ela me chama. - Eu não vou contar para ele, se é disso que tem medo.
- Quer tomar um café depois do expediente? - Pergunto a ela.
- Só se você pagar - Ela ri de canto.
- Está bem. - Digo e saio da biblioteca.
Enquanto caminhava pelos corredores, distraída folheando as páginas de um dos livros, bati de frente com um homem. Eu sabia que era homem por causa da musculatura e ombros largos.
- Desculpe. - Olhei para cima. - Arthur? - Me surpreendi.
- Oi Lana - Ele pegou dois livros meus.
- O que faz aqui? - Pergunto, curiosa.
- É... Eu decidi voltar a fazer isso aqui - Diz e eu o encaro. - Sabe? Faculdade.
- Sério? Vai cursar ADM? - Pergunto animada e ele faz careta. - Claro que não. - Respondo por ele - Então o que?
- Eu vou entrar para a polícia e sei que aqui eles também têm uma academia de preparação. - Explicou.
- Policial? - Sorri - Combina com você. Fico feliz que tenha decidido voltar - Digo a ele.
Reparo que ele ainda carrega a aliança no pescoço. Era uma bela aliança, mas acho que Arthur está precisando se desgarrar da culpa. Ele está tornando essa aliança uma prisão para a mente dele.
- Eu vou a biblioteca, preciso de uns livros. - Ele beija a minha bochecha e antes de eu falar algo ele apenas vai caminhando para lá.
Depois eu ele sai, meu celular toca. Era da escola de Maressa.
ESTÁ A LER
O preço de amar a Cristo
SpiritualO primeiro livro se chama "O preço de ser cristã". Leiam primeiro ele e depois aqui. Agora, de volta ao Brasil depois de alguns anos, Alana terá que enfrentar o desafio de conseguir o perdão de seus amigos, ela também vai experimentar mais uma vez...