VII

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VII

Aline

Liz ficou por mais quatro dias chorando sem cessar, isso tudo acredito eu por causa do que o médico disse. Eu conseguia entretê-la pela manhã e tarde, porém, quando chegava à noite ela chorava e só dormia caso ficasse com a cabeça em cima da minha barriga.

No quinto dia, vulgo hoje liguei para seu pai, aquele brutamonte que só foi homem para fazê-la.

Demorou a que ele atendesse, meu coração estava acelerado com receio do que ele poderia dizer, assim que atendeu disse:

- Com saudades, amorzinho?

- Deixa de ser nojento, Jonatas. - respondi-lhe.

- O que quer então?

- Estou com problemas com nossa filha.

Ele riu do outro lado da linha.

- Não temos uma filha, você tem.

Meus olhos encheram-se de lágrimas, respiro fundo.

- Ela sente sua falta.

- Eu sequer sei da existência dela.

- Você não consegue ser menos insensível? Há quatro dias ela chora querendo uma figura paterna.

- Arrume um pai pra ela, você é ótima com isso. Não volte a ligar, estou casado.

Após dizer isso desligou em minha cara. Joguei o celular em cima da cama com força e Liz estava em seu berço olhando-me atentamente fazendo bico para choro.

- Nunca mais irei ligar para Jonatas, eu prometo Deus. - disse baixinho.

Peguei Liz em meu colo, liguei um desenho para que pudéssemos assistir e logo meu celular começou a tocar, o número desta vez era desconhecido.

- Alô?

- Oi, sou o Enrico. 


ENRICOWhere stories live. Discover now