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Aline

Vê-lo tão perto de Liz me deixava apreensiva ao ponto de perder a fome, pois sabia que quando eu e ela fôssemos embora, as chances de me dar trabalho ao dormir seriam enormes.
Na lanchonete, apenas Catarina comeu. Enrico passou todo o seu tempo brincando com minha filha, enquanto eu, apenas os olhava e respondia à algumas perguntas breves que sua irmã me fazia.
Liz sorria como nunca para ele, eu admirava o fato dela não chorar ao ver seu queixo que hoje é marcado pelas cicatrizes do incêndio.

Logo deu a hora de irmos, assim que Catarina e Enrico me levaram até meu carro, Liz, como se notasse que estávamos indo embora desandou a chorar e para piorar estendeu os braços para ele, agora, a mesma estava em seu bebê conforto.
- Liz, não chora filha. - tentava acalmar ela com a voz, em vão, aí que ela chorava mais.
Sem pedir permissão, Enrico a pegou do conforto e colocou sua cabeça em seu peito e o choro automaticamente cessou.
- Droga... - murmurei baixinho.
- Deixe-me ir com vocês, prometo fazê-la dormir e ir embora. - ele pediu.
- Eu nem te conheço direito, não pode simplesmente ir para minha casa. - fui rude.
- Ok. - ele diz entregando-me Liz.
Meus braços aparentavam ter espinhos, pois bastou ela encostar sua cabeça em meu peito para que começasse a chorar.
Catarina estava tão entretida respondendo à mensagens que sequer notou o que estava acontecendo.
Fiquei ali, estática por cinco ou mais minutos até decidir ceder pois minha filha não deixaria de chorar.
A coloquei em seus braços e ele de cabeça baixa rapidamente a puxou pra si.
Liz parou de chorar na hora.
Bufei, abri a porta de trás do carro, coloquei o bebê conforto e deixei que ele se ajeitasse ali.
- Vou com Aline, depois dou um jeito de voltar para casa Catarina. - Enrico justificou.
- Isso se voltar, né? - Catarina brincou e ele bateu a porta do meu carro com força, assustando-nos.
- Ow, não tem geladeira na tua casa não? - digo assustada.
- Foi mal, toca o carro. - disse autoritário.
Passei o cinto de segurança e como foi solicitado, toquei.

*
*
*

Ao chegar em minha casa, Liz levemente cochilava, isso era bom pois ele não iria precisar ficar tanto.
O levei até o quarto dela e assim que ele a colocou no berço, a espertinha despertou abrindo um berreiro.
- Não chora princesa, titio está aqui. - o ouvi dizer pegando-a novamente.
Ali ele ficou, balançando-a de um lado para o outro, cantarolando uma canção de ninar, enquanto eu fiquei recostada à soleira da porta.
No fundo, além da preocupação dele ser um estranho, existia o ciúmes.
Sempre estive acostumada a ter Liz só para mim, minhas clientes babavam nela, mas no final da noite era apenas nós duas e agora, me surge esse cara do além para tomar toda atenção da minha pequenina.
Estava chateada com toda essa situação, daria um basta em breve, apenas precisava ter coragem.

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