XXXI

12.2K 1.1K 8
                                    

Aline

Entre as cortinas da sala e pela janela eu conseguia ver a noite, a lua estava linda, não tinha ninguém na rua, apenas o poste de luz iluminando junto com a lua aquele lugar.
Senti a mão de Enrico tocar minha cintura, fechei os olhos, virei-me para ele.
— Que rápido.
— Não queria deixá-las esperando por muito tempo. - respondeu.
— Entendi.
Ficamos em silêncio por alguns segundos, ele abriu as cortinas e ficamos os dois debruçados na janela cada um com seus próprios pensamentos.
— Eu queria te agradecer por hoje, não sei o que teria feito caso você não tivesse aparecido Enrico.
Meus olhos já estavam enchendo-se de lágrimas.
— Não precisa agradecer e tampouco chorar. - disse. — Está tudo bem, ele nunca mais voltará a atazanar sua vida, eu garanto.
Ele disse tão convicto que por pouco acreditei, eu sabia que Yan não se cansaria enquanto não fizesse um mal à mim ou à Liz, odiava pensar naquilo.
— Onde está sua família?
— Minha mãe viajou à trabalho e o restante a passeio.
— E decidiu ficar sozinho?
— Eu sempre estou sozinho. - disse seriamente. — Não via o porque de ser diferente agora.
Fico em silêncio por não saber o que falar.
— Mas está tudo bem. Eu fui visitar minha empresa depois de tanto tempo dentro do meu quarto.
— E aí, como foi? - digo animada.
— Estranho, confesso. - sorriu. — Mas, consegui matar um pouco da saudade que eu sentia. Acho que vou voltar, minha mãe está enlouquecendo com tanto trabalho.
— Essa foi a melhor notícia que recebi hoje.
— Porque?
— De alguma forma eu sinto que você está se livrando dos teus medos Enrico, tirando o monstro de dentro do teu coração.
Ele se cala.
— Por favor, volte mesmo. Você é muito bom naquilo que faz, tenho certeza.
Ele sorriu.
— Eu ainda tenho um pouco de medo disso. - apontou para a cicatriz no seu rosto.
— Você é maior do que isso. - toco levemente o seu rosto.
— Obrigada. - disse segurando minhas mãos. — Você é especial Aline.
Abaixo a cabeça, ele deposita um beijo casto nela.
— Você também Enrico, não imagina o quanto.
Solto nossas mãos e viro para a janela.

ENRICOWhere stories live. Discover now