ENRICO

XXXIX

Aline

Quatro meses depois.

Cerca de quatro meses haviam se passado desde a morte de Yan e agora, Liz tentava falar suas primeiras palavras.

Meu relacionamento com Enrico não poderia estar melhor. Nos víamos todos os dias e ele praticamente havia vindo morar conosco.

Estava terminando de preparar o almoço, quando ouvi Liz dizer:

— Bebê.

— Você quer '' tetê''? - digo não entendendo muito bem.

— Bebê - ela aponta pra mim e eu permaneço não entendendo.

Viro-me de costas novamente para desligar a panela e sinto uma leve tontura, nada que na verdade pudesse me preocupar.

Logo escuto o barulho da porta, sabendo quem era, não me dei o luxo de ir ao encontro.

— Olá amores da minha vida. - diz Enrico ao entrar na cozinha.

— Papai. - Liz diz estendendo os braços para que ele a pegue.

A relação dos dois era incrível e sua primeira palavra, fora papai.

— Liz disse '' bebê'' hoje.

— Bebê? - ele pergunta com a sobrancelha arqueada.

— Sim. Estranho, né? - perguntei.

— Bastante amor. - diz me dando um selinho com ela no colo.

Liz então apontou para a minha barriga e novamente disse a palavra bebê, mas sabendo que ali, nada teria, pois tomava regularmente o meu anticoncepcional, preferi não me preocupar.

Servi o almoço e enquanto comíamos, Enrico me contava os seus planos para a empresa, planos estes que alavancariam ainda mais a mesma.

Foi então que após a última garfada de comida, um pequeno enjoo tomou conta de mim, levantei dando tempo de pedir licença e fui ao banheiro.

Joguei uma água no rosto.

Água na nuca.

Vomitei tentando não fazer barulho e voltei para a cozinha como se nada tivesse acontecido.

— Você está pálida amor, está se sentindo bem? - Enrico perguntou a me ver entrar na cozinha.

— Estou ótima amor, não se preocupe. - beijei sua testa e me sentei.

Não consegui mais comer, porém, tratei de Liz que com suas mãozinhas batia na colher e fazia com que a comida caísse tudo.

Por fim, ela disse:

— Bebê, mamãe.