XXXIV

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Aline

— Dói? - pergunto a Enrico após passar a mão por suas cicatrizes do braço e da barriga.
— Doía na alma mas aí você com Liz chegaram e elas se tornaram apenas lembranças de um dia trágico.
Após dizer isso, beija meus cabelos.
— Que bom que se tornaram apenas isso. - respondo.
Ficamos em silêncio por alguns minutos até ouvirmos Liz chorar.
— Vista-se rapaz, vou buscar dona Liz.  - digo ao colocar rapidamente o meu pijama.
Ao chegar no quarto e assim que me viu, a mesma parou de chorará
Acariciei sua barriga e tive indícios de que estava com fome.
— Vamos tomar um tetezão, princesa?
Ela solta gritinhos e em seguida um sorriso.
Acredito que aquela resposta tenha sido positiva.
Assim que cheguei na sala, tudo já estava perfeitamente em ordem, sequer parecia que tínhamos acabado de transar.
Deixei Liz no colo de Enrico e fui preparar o leite, demorei para conseguir encontrar os alimentos na cozinha, a geladeira mesmo tinha duas.
Casa de rico que chama.

Após alimentar Liz, colocamos uma animação para que ela assistisse e automaticamente assistimos também.
— Você não sente falta dos teus amigos? - perguntei a ele que estava encantado pelo desenho.
— Apenas daquele que se queimou comigo. - respondeu coçando a garganta, demonstrava-se incomodado, decidi não prolongar o assunto para não estragar o clima.
Um dia, Enrico se sentiria a vontade de me contar um pouco da sua amizade com o rapaz que esteve no incêndio e que infelizmente não suportou.
Passados alguns minutos, ele disse:
— Sabia que eu nunca imaginei a minha vida assim?
— Assim como? - pergunto curiosa.
— Com alguém e tampouco com uma criança. Antes do incêndio, eu estava acostumado a sair sempre, não pensava em compromisso, pensava somente na minha empresa e agora eu vejo o quanto o mundo pode dar voltas. Eu era um tolo, sabe? Por dentro desconfiava de que um dia pudesse ter família, mas acho que se eu ainda fosse bonito, você não me notaria.
— Porque acha isso?
— Porque você é estranha. - riu. — Você se apaixonou por um cara todo destruído, de alto estima duvidosa, cheio de cicatrizes, com a alma cheia de resquícios daquele dia.
— Mas que acima de tudo é um ser humano incrível e é por isso que eu prezo, não quero um homem bonito, não que você não seja, mas quero um homem que esteja disposto a estar comigo independente de qualquer coisa e não sei, Enrico, acho que Deus já tinha escrito nossa história naquele livro dele.
— O destino também.
— Liz é a nossa maior cúpida. - digo apertando levemente as bochechas de Liz.
— Realmente. Se não fosse por causa dela isso tudo nunca teria acontecido.
Suspiro, era verdade.
— Sou apaixonada por você Enrico e acho que você terá que me suportar pra sempre.
— Estou mais do que preparado.
Demos um sorriso e em seguida batemos uma foto de nós três:

 Demos um sorriso e em seguida batemos uma foto de nós três:

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