XXII

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Aline

Havia se passado um mês desde o último contato que tive com Enrico, ele não me procurou, sequer mandou mensagem e tampouco veio atrás de Liz que agora parecia não sentir tanta falta dele, já que não ficava mais doente ao querer uma figura paterna em sua pequena vida.
Mas talvez hoje, eu teria que vê-lo pelo simples fato de ter que ir até sua casa para fazer as unhas de sua irmã.
Só de pensar, o coração já era capaz de ficar acelerado.
*
*
Assim que cheguei à casa de Catarina, um homem muito bonito e desconhecido por mim atendeu-me.
— Boa tarde moça linda. - disse gentil.
— Boa tarde, Catarina se encontra? Sou a manicure dela. - expliquei.
— Na cozinha, entre fique à vontade. - disse e olhou para o bebê conforto onde estava Liz.
— Sua filha? - perguntou curioso.
— Sim.
— Amo crianças. - jogou-me uma piscadela, não respondi apenas entrei a procura da minha cliente e talvez amiga.
— Estou sempre lhe dando trabalho, era pra ir até você hoje mas juro que não consegui, me desculpe por isso. - Catarina diz explicando-se.
— Tudo bem Catarina, acredite, para mim não há problema algum vir até você.
Ela sorriu sentando-se de frente pra mim.
— Obrigada. - estendeu as mãos.
— Olha Catarina, não sabia que você tinha uma manicure tão bonita. - o rapaz que me atendeu disse à Catarina como se eu não estivesse entre eles.
— Pois é, essa é Aline, Aline esse é meu primo Antônio. - nos apresentou.
Não gostei tanto dele como supostamente deveria, o achei atirado demais.
— Prazer Aline. - ele pega minha mão e beija.
— O prazer é meu. - respondi tirando a mão e pegando na de Catarina.
Conversamos bastante enquanto preparava suas unhas, Antônio sempre metia-se no meio da conversa, logo justo quem eu não queria ver, apareceu vindo da porta principal com um sorriso no rosto, um sorriso que nunca tive a chance de ver.
— Pequena Liz. - ele diz aproximando-se do bebê conforto e empurrando Antônio levemente que estava babando em cima da minha filha.
Liz sorriu banguela.
Enrico aparentou derreter-se.
— Olá Aline. - disse ele sem olhar pra mim.
— Boa tarde Enrico.
— E você namora, Aline? - Antônio perguntou e Enrico parou para observar a conversa.
— Não namoro. - respondi.
— Mas o coração tem dono?
Agora Enrico me encarava.
— Livre para negócio. - brinco. — Não tem dono, mas vem cá, você é jornalista?
— Não porque? - respondeu sem entender.
— Você é cheio de perguntas.
E aí, ele se calou para meu alívio.

ENRICOWhere stories live. Discover now