ENRICO

XII

XII

Aline

Os dias passaram rápidos até demais, o número de clientes haviam crescido consideravelmente nas últimas semanas, há uma semana eu havia ido novamente à casa de Catarina e desta vez, seu irmão não quis sair do quarto. Hoje, eu iria novamente e torcia para que ele também não saísse.
Depois do dia em que ele fez Liz dormir, não o vi mais e minha menina chorou por duas noites, as outras dormiu tranquilamente.
Por falar nela, hoje a mesma completa seu quinto mês de vida, já brinca e começa a querer sentar sozinha.
Está cada dia mais esperta.
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Assim que cheguei à casa de Catarina, a própria me atendeu com um sorriso nos lábios. Encheu Liz de beijos e deu uma mordidinha leve em seu pé de bisnaguinha, minha mocinha sorriu.

Decidimos fazer a unha na sala, em momento algum Catarina tocou no nome de Enrico, na última semana, ela me cornetou muito por ele ter ido para minha casa.
Ela já fazia planos de eu ser sua futura cunhada.
Coitada!

Começamos pelos pés, Liz brincava com um chocalho barulhento em seu bebê conforto, na verdade, mais o colocava na boca do que o balançava.
Cerca de quinze minutos depois, eu o vi. Desta vez, eu estava de frente para a escada e Catarina de costas com os pés em meu colo.
Meu coração acelerou assim que ele parou seus olhos sob Liz.
Ele me olhou.
- Posso segurá-la? - ele pede calmamente.
Respiro fundo.
Olho para Liz que estava com um sorriso banguelo nos lábios e com os bracinhos já estendidos.
Apenas assenti com a cabeça.
- Você está tão linda hoje querida. - ele diz referindo-se a ela que sorri.
Logo ele beija sua barriga e ela gargalha, da mesma forma que gargalhava comigo quando eu a beijava no mesmo lugar.
Os olhos de Enrico brilhavam ao olhar pra ela, ele a abraçava e ela tentava se desvencilhar do abraço à todo custo.
Ele caminhou com ela por toda a sala mostrando-lhe os móveis e as peças que tinha na estante próxima à televisão.
- Não se preocupe. Ele não está tão atraente mas ele é uma pessoa muito boa por dentro e por fora Aline, apenas precisa se reencontrar. - Catarina diz ao me ver observando-os.
- Tudo bem. - digo sem graça.
- Eu sei que está preocupada, mas posso garantir a você que Enrico nunca faria ou fará mal algum à Liz, até porque, ver-se de longe que eles se adoram. - ela diz abobalhada.
- É, tem razão.
Concordar era melhor do que procurar um motivo inexistente para dizer que Liz só estava com ele por estar.
Mas eu sabia que na verdade, ela vive sentindo falta dele.

Não demorou para que Liz voltasse com uma xícara de plástico em mãos que por sinal era resistente já que ela a agredia com o chacoalho e sorria.
- Mostra para mamãe, linda. - Enrico diz a ela e como se ela entendesse algo, acabou estendendo-me a xícara.
- Que linda princesa. - respondo sorridente.
Faço menção de pegá-la e ela vira de costas para mim passando suas mãozinhas pelo rosto de Enrico.
Notei que ela fitava atentamente o seu queixo e pude vê-lo ficar tenso.
Liz não chorou e tampouco assustou-se, apenas continuou brincando como se não tivesse visto nada.

Ele por sua vez a deixou no bebê conforto e saiu da sala sem ao menos dizer nada, ela o acompanhou com os olhos e quando sumiu entre as diversas paredes, desandou a chorar e eu fui obrigada a parar a unha de Catarina para socorrê-la.
Doido.