XXXVI

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Aline

— Achou mesmo que eu não voltaria meu amor? - ele pergunta dando sinais de ironia e também embriaguez.

— O que você quer Yan? Vai embora. - tomo coragem para dizer.

— E deixar isso aqui - aponta para os olhos. — Impune? Não querida, até parece que você não me conhece.

— E o que pretende fazer? Bater-me? - pergunto tentando não demonstrar o medo.

— Nada disso, cansei de sujar minhas mãos com um lixo como você, na verdade, vou pegar a nossa filha e passar umas férias com ela.

Após dizer isso, tentou passar por mim para ir até o quarto de Liz e eu não deixei, obviamente.

— Você não irá encostar um dedo nela Yan, se encostar eu vou te denunciar para a polícia e aí você vai parar no xilindró.

Quando alguém ameaçava tirar Liz de mim, principalmente ele, uma força que nunca imaginei ter se alastrava por todo meu corpo, eu virava uma leoa para que ninguém encostasse a mão na minha pequena indefesa.

E novamente ele tentou passar, mas dessa vez eu o empurrei com tanta força que o fiz cair de costas no chão.

— Maldita. - ele grita levantando e começa a dar bofetadas em meu rosto, enquanto eu tentava mais uma vez empurrá-lo.

Por conta dos meus gritos e palavrões, Liz começou a chorar e para a minha infelicidade ele se cansou de mim jogando-me longe fazendo com que minha cabeça batesse na parede e eu caísse no chão, não desmaiada, porém ainda sim bati e estava doendo.

— YAN NÃO! - gritei ao vê-lo saindo do quarto.

Os minutos seguintes foram de pavor.

Levantei com dificuldade e ouvi os gritos de Liz ao sair pela porta principal com o monstro do pai.

Acredito que até ela sentia que ele não era uma pessoa boa.

— YAN! - gritei ao vê-lo entrando no carro e levando minha filha com ele.

Tentei correr atrás.

Tentei gritar um pouco mais.

Os vizinhos saíram a grande maioria pra fora.

— Ele levou a minha filha. - gritei aos prantos. — Chamem a polícia, por favor, parem de ficar olhando o meu desespero.

Digo caindo de joelhos no asfalto, a minha vida não era nada sem Liz, ele não pode fazer mal algum a ela, não pode.

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