VIII

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VIII

Enrico

No dia seguinte fui ao médico ao invés de manda-lo a merda, saí de lá irritado por sempre ouvir as mesmas coisas, sendo uma delas: O seu corpo voltará em breve, basta você querer. Eu queria, porém era impossível acreditar.

A semana então demorou a passar, pensei muito em Liz e como consequência em sua mãe, cheguei a perguntar discretamente a Catarina quando sua manicure voltaria, ela com um sorriso disse que na próxima semana.

Certo dia, durante a noite, Catarina chamou-me para dar uma volta onde ninguém me veria caso eu não quisesse. Há um ano eu não saía pra nenhum lugar que não fosse consultórios médicos, acabei aceitando de tanto que a mesma insistiu.

Assim que chegamos à uma praça que não estava movimentada, ela pediu para que eu ligasse para a manicure pois o celular dela estava desligado.

Sem questionar o motivo, disquei o número que ela me passou, assim que ela atendeu com uma voz de pessoa cansada, eu disse quem era e por segundos ela ficou em silêncio.

- Você? - disse.

- Minha irmã quer falar com você. - justifiquei entregando o celular à Catarina.

Para minha infelicidade, ela chamou a moça para comer um lanche conosco, sendo que nem eu mesmo sabia que íamos comer.

Senti vontade de ir embora no mesmo instante, não queria que a mãe de Liz me encontrasse, para minha sorte o meu corpo estava bem coberto, mas meu rosto estava à mostra.

- Achei que ficaríamos apenas nós dois e não ela com a filha dela. - fui rude.

- Ela também estava sozinha, não vi problema em chama-la.

- Eu vejo. - praticamente gritei.

- Calma. - ela pede. - Podemos comer apenas o lanche e ir embora se for de sua preferência.

- Quero ir embora agora.

- Não vamos embora agora. Eu estou com fome.

- Te faço um lanche em casa. - sugeri.

- Ela já está vindo. - respondeu e sentou-se no banco para o que eu suponho espera-la.

ENRICOWhere stories live. Discover now