XVIII

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Enrico

De volta para casa, no caminho, eu pensava sem cessar no beijo que compartilhei com Aline, em como sua boca era macia, como nos encaixávamos e como eu não podia misturar as coisas, pois não estou na fase de querer algo com alguém e tampouco de amar alguém.

- Boa noite meu irmão. - Catarina diz assim que entro na sala.

- Que susto Catarina. - respondo. - Boa noite. - continuo.

- Onde estava?

- Com Aline e sua filha. - respondi indo para meu quarto.

- Estão juntos? - perguntou empolgada.

- Não Catarina e nem vamos ficar. - respondi fechando a porta deixando-a para fora.

Assim que tirei minha camisa para poder tomar um banho, senti o cheirinho de Liz e sorri, eu já amava muito aquela pequena.

Aline

Demorei a pegar no sono, mas quando peguei dormi feito uma pedra.

No dia seguinte meu despertador vulgo Liz começou a tocar cedinho alertando-me de que queria leite, preparei a mamadeira antes de chegar ao seu quarto.

Ao chegar, notei que ela estava de bruços tentando engatinhar.

- Liz. - chamo e a mesma assusta rolando e ficando de barriga pra cima, sorriu e fez cara de quem estava aprontando.

Começou a dar gritinhos assim que viu a mamadeira.

- Bom dia princesa. - digo pegando-a no colo.

Ajeito- a em meus braços e coloco a mamadeira em sua boca.

- Ontem a mamãe beijou o Enrico. - digo enquanto ela me encara. - Aquele grandão que gosta de você. - ela sorri como se fosse possível recordar-se dele. - Foi bom e eu acho que a mamãe se apaixonou por ele, porque ele foi o único que amou você além de mim.

Ela tosse engasgando-se com o leite, ajeito-a e volto a dar leite.

- Mas não sei como é possível amar uma pessoa que nunca beijamos, agora sim, mas nunca falamos mais do que o necessário. O amor, se é que isso é amor, é uma das coisas mais complicadas de se ver e sentir.

Após dizer isso ela começa a balançar as perninhas.

Não demorou para que a campainha de casa tocasse, olhei para o relógio de parede e estava próximo das nove da manhã.

- Quem será pequena? - perguntou arrumando-a em meu colo.

Caminhei com ela até a porta e ao abrir, Enrico estava de braços cruzados.

- Bom dia. - ele diz e logo olha pra Liz, sorri pra ela.

- O que faz aqui tão cedo? - perguntei.

- Saudade de Liz. - respondeu simplesmente.

Ela estica os bracinhos para que ele a pegue e assim, ele faz.

- Estive pensando que poderíamos dar um passeio hoje. - diz empolgado.

E as marcas e cicatrizes que não podem estar à mostra ao sol? E sua vergonha?

- Vou tomar cuidado com minhas deformações. - acrescentou como se soubesse no que eu estava pensando.

- Eu não disse nada. - respondi dando de ombros.

- Fará bem para Liz e consequentemente para mim também.

- Que bom. - respondi.

- Já tomou café?

-Liz já.

-Estou perguntando de você. - rebateu.

-Não Enrico, por quê?

Eu estava tentando soar indiferente, mas por dentro queria beijá-lo novamente.

- Aceita irem tomar café na padaria?

Liz solta uns gritinhos.

- Acho que ela sim. Vou nos arrumar. - digo pegando-a do colo dele e batendo a porta do quarto com força.

Troquei Liz enquanto murmurava:

- Idiota, porque ele insiste em aparecer por aqui depois de me dar um fora enorme no dia anterior?

ENRICOWhere stories live. Discover now