Capítulo VIII

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Na segunda-feira de manhã, acordei com uma ligação de Jonathan.

- Aconteceu alguma coisa? – perguntei, preocupada.

- Não, não. Está tudo bem. – respondeu. – Só pensei que já que estamos, você sabe... Namorando... – ele parecia constrangido. – Achei que talvez...

- Sim? – esperei que ele explicasse o motivo da ligação.

- Achei que talvez pudéssemos ir juntos para a escola. – ele disse. – Mas se você não quiser, tudo bem, eu entendo, não quero ser...

- Ei, JoJo. – interrompi, gentilmente. – Eu adoraria.

Tentei não sorrir quando desliguei o telefone, mas era impossível não achar aquela situação toda fofa.

Mamãe estava encostada no balcão da cozinha e sorriu ao me ver entrar no cômodo, já meu pai parecia entretido demais com um livro e só percebeu minha presença quando sentei ao lado dele.

- Bom dia, flor do dia. – mamãe me cumprimentou. Segurava uma xícara de café, e sem tirar os olhos de mim ou desmanchar o sorriso, tomou um gole.

- Julie te contou, não foi? – deduzi.

Mamãe concordou com a cabeça.

- Como é a família dele? – questionou. – Vocês já conversaram sobre os planos para o futuro? Já sabe se pretendem ir para a mesma faculdade? Quando vamos...

- Calma, Detetive Megan Wright. – levantei as mãos, em modo de defesa.

- Não fale assim comigo, mocinha. – ela fingiu me repreender. – Apenas me preocupo com você.

- Bem, só preciso de uma informação sobre esse garoto: ele te trata bem? – papai deixou o livro de lado por um momento.

- Sim. – concordei. – Confiem em mim, vou ficar bem, sei me cuidar. Além disso, posso pedir para o Benny e a Julie darem uma surra nele, caso me magoe.

Meus pais decidiram, então, que bastava de me constranger com aquele assunto e começaram a discutir a reforma da sala.

A campainha tocou quando eu estava terminando o café da manhã. Antes que um dos meus pais pudesse se levantar e atender a porta, a fim de "conhecer" Jonathan (lê-se interrogá-lo), falei:

- Nem pensem.

Peguei minha mochila e saí de casa.

Jonathan estava bonito como sempre.

- Bom dia. – sorriu e se ofereceu para carregar minha mochila.

- Bom dia. – respondi, segurando a mão dele.

Caminhamos em silêncio, um ao lado do outro, e não pude deixar de pensar no quão estranho era o fato de que estávamos realmente namorando. Não era mais uma atuação e eu me sentia feliz por isso.

- Jonathan. – chamei.

- Sim? – ele me olhou.

Paramos de andar, aproximei meu rosto do dele e encarei seus olhos castanhos por um momento antes de beijá-lo.

- É bom saber que isso é real. – falei, quando nossos lábios se separaram. – Nós, quero dizer.

Ele sorriu, aquele sorriso bobo que derretia meu coração, e me beijou de novo.

- Deveríamos fazer isso todos os dias. – ele disse.


Ao chegarmos na escola, precisamos seguir direções opostas. Minha primeira aula era matemática, e, por azar da vida, nossa professora acreditava que "misturar" os alunos da sala faria com que aprendêssemos a trabalhar em grupo, então Julie sentava longe, enquanto Natally estava bem atrás de mim.

Arte & GuerraWhere stories live. Discover now