Durante o jantar, Julie e eu tentamos descobrir o que Heather e Benny poderiam estar escondendo. Puxamos assunto, fizemos perguntas aparentemente aleatórias e até mesmo checamos as redes sociais deles por baixo da mesa. No fim, não conseguimos nenhuma informação, porque não tinha absolutamente nada para ser descoberto.
- Não é possível, Liz. – dois dias depois e Julie ainda não tinha superado nosso fracasso investigativo. – A gente nunca erra.
- Parece que para tudo tem uma primeira vez. – respondi.
- Realmente. – Max levantou as mãos, mostrando as unhas recém pintadas.
Estávamos na sala da minha casa, assistindo televisão, conversando e usando o pobre garoto de cobaia para os esmaltes novos que Julie comprara ontem.
- Não existe jeito melhor de aproveitar as minhas folgas. – ele brincou.
- Ok, foco no nosso problema aqui. – ela insistiu. – Ele está agindo de um jeito muito estranho para não ser nada demais.
Não havia como discordar de que era esquisito Benny Bu levar a garota para sair com os amigos e a família, mostrar seus filmes favoritos e mais um monte de coisas de casal, se eles estavam simplesmente "curtindo".
- Por outro lado, Bendyk nunca foi normal. – lembrei.
Julie concordou com um gesto de cabeça e voltou sua atenção para as unhas de Max, dando os últimos retoques. Enquanto esperávamos o esmalte secar, pegamos sorvete na geladeira.
- Como foi na casa do Ryan? – mudei de assunto.
- Legal. A mãe dele até me ofereceu bolo, como fazia antigamente. – Julie respondeu.
Ela começou a contar sobre a conversa que teve com a família do namorado. Depois de terminar com ele e todo aquele drama acontecer, ela se afastou deles, por medo de que tivessem algum tipo de ressentimento. Ao que parece, tudo estava se resolvendo.
- Todos estão bem otimistas de que vai ficar tudo bem, então isso me acalmou. – continuou.
Era maravilhoso vê-la mais conformada e tranquila em relação ao namorado. Desde que Jonathan retornou, ela parecia sempre meio chateada por só um deles ter sido mandado de volta. Eu estaria assim também, se fosse o contrário.
- Pensei em irmos para o shopping hoje. – sugeri, sabendo que aquilo a deixaria um pouco mais animada. – O dinheiro da venda do quadro já está disponível e eu queria comprar tintas novas.
Os olhos de Julie pareceram se iluminar e ela começou a tagarelar sobre as liquidações que estavam acontecendo nas lojas. Antes que pudéssemos sair, Benny abriu a porta da sala de estar, sem sequer bater.
- Como você sempre entra na minha casa se não tem uma cópia da chave? – questionei, em tom de brincadeira.
- Seus pais deixam a porta aberta, Liz. – foi Julie quem respondeu.
- Nada seguro... – Max comentou.
- Seth teve uma recaída e foi para a UTI. – ele nos interrompeu. – Tommy acabou de ligar.
Só então notamos como Benny parecia assustado: pálido, ofegante e com os olhos arregalados.
- O que? – Max empalideceu. Ele e Seth tinham se tornado bons amigos, então o garoto estava sempre visitando o outro no hospital.
- Precisamos ir até lá. – meu vizinho mostrou as chaves do carro, impaciente. – No caminho conversamos.
Entramos no carro e ele pisou no acelerador. Antes de seguirmos para o hospital, buscamos Jonathan. No caminho, Benny explicou o que sabia da situação:
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Arte & Guerra
RomanceElizabeth é uma aspirante a artista e pretende ingressar na faculdade de artes junto com sua melhor amiga. Jonathan joga no time de hóquei da escola e sonha em servir ao exército. Duas pessoas que aparentemente não tinham nada em comum, começam a se...