Passei a semana inteira arrumando o restante da decoração da sala porque mamãe é uma das pessoas mais minuciosas e detalhistas que conheço. Pensei que estava tudo pronto, mas fui surpreendida ao precisar carregar quadros de um lado para o outro enquanto ela decidia o melhor ângulo, mudar a posição dos vasos de plantas para combinar com o ambiente e trocar de cortinas até a paleta de cores do cômodo ficar perfeita.
Em um desses dias, Rose apareceu na minha casa e precisou presenciar a loucura da mamãe fazendo reformas.
- Oi, querida. – minha mãe cumprimentou, abrindo a porta. – Veio nos ajudar?
Ela sequer esperou uma resposta, já começou a apontar os detalhes que faltavam e como Rose poderia auxiliar. Minha colega de escola arregalou os olhos e pareceu sem reação.
- Mãe! – cortei-a. – Não é por isso que ela veio.
- Ah. – ela pareceu decepcionada e voltou a se preocupar com a posição dos quadros, dando privacidade para Rose me contar o motivo de sua visita.
A garota informou que a senhora Smith notou que durante a apresentação dos projetos dos ex-alunos do clube de artes, as pessoas da cidade tinham se interessado pelas obras, então a professora sugeriu que as vendêssemos.
- Como eu era a representante do clube, a senhora Smith pediu que eu a ajudasse, avisando os alunos sobre isso. – Rose informou. – Muita gente gostou dos seus quadros. Até já recebemos ofertas!
Mamãe levantou a cabeça e nos encarou, mas depois pareceu lembrar que precisava fingir que não estava ouvindo a conversa, então voltou a pendurar os quadros.
- É sério? – perguntei. Nunca havia pensado na possibilidade de vender minhas pinturas.
- Sim! – Rose parecia animada. – A professora pediu que eu te entregasse esse contrato, para que pudéssemos oficializar essa ideia. – ela tirou um papel cuidadosamente dobrado do casaco e me entregou. – Basicamente, aqui diz que os lucros serão divididos igualmente entre você e em doações para a comunidade, já que os quadros são propriedade da escola também.
Eu ia começar a ler, mas ela me entregou outra folha.
- Essas são algumas ofertas que anotei.
Eu não sabia que poderia vender meus quadros por tanto dinheiro. Como nunca pensei nisso? Quando Julie soubesse, com certeza me chamaria de lerdinha.
- Ligue para a professora quando ler o contrato e tomar uma decisão. – ela sorriu e se despediu.
- Obrigada, Rose. – agradeci e a levei até a porta. – Você é ótima.
Assim que ela saiu, mamãe veio até mim e me abraçou.
- Estou tão orgulhosa. – disse.
Trocamos um sorriso.
- Sabe o que isso quer dizer? – ela comentou.
Neguei com a cabeça.
- Que quando você for uma artista rica e famosa, terei uma das suas primeiras obras pendurada bem no meio da minha sala de estar! – riu, apontando para o quadro que eu havia pintado recentemente para complementar a decoração.
- Julie vai adorar saber. – comentei. – As molduras dela estão finalizando o trabalho, afinal.
Mamãe bateu palmas, animada.
- Vá contar para ela, então! – disse.
- Mas e a sala...?
- Terminamos depois. Isso é prioridade agora.
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Arte & Guerra
RomanceElizabeth é uma aspirante a artista e pretende ingressar na faculdade de artes junto com sua melhor amiga. Jonathan joga no time de hóquei da escola e sonha em servir ao exército. Duas pessoas que aparentemente não tinham nada em comum, começam a se...